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Pesquisadoras do Cesteh integram equipe de artigo escrito para OIT e OMS

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Publicado em:15/06/2021

“A poluição sonora é a terceira forma de poluição que mais afeta o planeta, dada sua repercussão na saúde e no meio ambiente, além de ser considerada um problema de saúde pública mundial”, é o que diz o site do International Noise Awareness Day (Inad). Com essa estatística alta, muitos órgãos visam diminuir os danos que tal poluição pode causar, principalmente aos trabalhadores. São esses os casos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que, com base na Agenda de Desenvolvimento Sustentável 2030, desenvolveram estimativas conjuntas da carga global de doenças e lesões relacionadas ao trabalho por meio de contribuições de uma grande rede de especialistas no mundo. 

E a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) participou do projeto. No Brasil, a pesquisadora do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP) Liliane dos Reis Teixeira foi convidada para coordenar e desenvolver as revisões sistemáticas relacionadas ao ruído ocupacional.  Com ela, a também pesquisadora do Cesteh Márcia Soalheiro de Almeida foi convidada a integrar o projeto.

O trabalho contou com o grupo de pesquisas de 11 países, entre Ministérios da Saúde e Trabalho, e institutos nacionais de Saúde e Segurança Ocupacional, mais de 220 especialistas individuais de universidades e academias nacionais de Ciências de 35 países, cobrindo, assim, todas as regiões da OMS e da OIT. 

O grupo da pesquisadora Liliane apresentou, no trabalho, estratégias de buscas metodológicas sobre evidências de que a exposição ao ruído ocupacional pudesse causar doenças cardiovasculares, estudando a prevalência e efeito. Além disso, o grupo investigou duas revisões sistemáticas e meta-análises, o que explica a pesquisadora. “A primeira teve como objetivo estimar a prevalência de exposição ao ruído ocupacional. E, a segunda, estimar o efeito da exposição ocupacional ao ruído 85 dBA sobre a prevalência, incidência e mortalidade por doença isquêmica do coração, acidente vascular cerebral e hipertensão.” 

O artigo intitulado O efeito da exposição ocupacional ao ruído na doença isquêmica do coração, acidente vascular cerebral e hipertensão: uma revisão sistemática e meta-análise das Estimativas Conjuntas da OMS / OIT sobre a Carga de Doenças e Lesões Relacionadas ao Trabalho teve como objetivo estimar a prevalência de exposição ao ruído ocupacional. Para esse artigo, a pesquisadora do Cesteh e integrante do projeto, Márcia Soalheiro, explicou que foram analisados estudos de vários setores industriais, como o de mineira e pedreira, com sete estudos, metais básicos, com seis estudos, fabricação de veículos com quatro estudos e a fabricação de têxteis, também com quatro estudos. Foram analisados diversos cargos ocupacionais, e chegou-se a conclusão, segundo a pesquisadora, de que a “prevalência difere substancialmente por região da OMS, sexo, setor industrial e ocupação, o que diminui a qualidade de evidências analisadas. ”

Já o segundo artigo denominado A prevalência da exposição ocupacional ao ruído: uma revisão sistemática e meta-análise das Estimativas Conjuntas da OMS / OIT sobre a Carga de Doenças e Lesões Relacionadas ao Trabalho objetivou estimar o efeito da exposição ocupacional ao ruído 85 dBA sobre a prevalência, incidência e mortalidade por doença isquêmica do coração, acidente vascular cerebral e hipertensão. Para esse artigo, foram utilizados 17 trabalhos na revisão sistemática e 14 estudos na meta-análise, em 11 países de três regiões da OMS. Nesse trabalho, os pesquisadores chegaram à conclusão de que o estudo é “consistente apenas para a incidência de doença isquêmica do coração. Para todos os outros resultados analisados, a qualidade de evidências é fraca. ”

A pesquisadora Márcia Soalheiro salientou que, antes da elaboração desse trabalho, não existiam protocolos para revisar sistematicamente os estudos que estimavam a prevalência da exposição a fatores de risco ocupacionais.

Integraram o projeto, também, o pesquisador do Departamento de Epidemiologia da ENSP  Carlos A.F. de Andrade, a pesquisadora da Coordenação de Saúde do Trabalhador (CST/Fiocruz) Marta Ribeiro Valle Macedo, a pesquisadora do Cerest Estadual do Rio de Janeiro Tatiana M. Azevedo, o integrante do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) Marco Antônio Nabuco, além dos colaboradores convidados  Denise Torreão Correa da Silva e Wagner de Abreu.

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