Busca do site
menu

Mais um ano, nada fácil: Balanço 2020 do ‘Cadernos de Saúde Pública’

ícone facebook
Publicado em:09/12/2020
O Cadernos de Saúde Pública faz um balanço de 2020 na edição de dezembro. As editoras da publicação, Marilia Sá Carvalho, Luciana Dias de Lima e Cláudia Medina Coeli, avaliam que, até o fim do ano, terão contabilizado, aproximadamente, 3.300 submissões de artigos científicos. Uma parcela importante desses (cerca de 20%) foram os artigos dedicados a estudar, analisar, debater a pandemia de Covid-19, do ponto de vista da Saúde Coletiva. 
 
As editoras dizem que, entre os meses de abril e julho, CSP trabalhou em regime de fast-tracking, sendo que, até o fim de outubro de 2020, foram publicados 62 artigos relacionados à Covid-19. Além disso, deu destaque à pandemia por meio da publicação de um Suplemento intitulado Envelhecimento no Brasil e Coronavírus: Iniciativa ELSI-COVID-19.

Dois outros Suplementos de CSP abordaram temas relevantes e atuais. O primeiro traz as evidências científicas para subsidiar o debate sobre o aborto. O outro apresenta um amplo panorama sobre vacinas, da produção ao movimento negacionista, da vigilância de eventos adversos à história do Programa Nacional de Imunizações.

O grande volume de submissões (cerca de 3.100 manuscritos recebidos até o fim de outubro) reflete o esforço empreendido para a divulgação de estudos científicos pela comunidade acadêmica, mas também o processo de avaliação de pesquisadores e de programas de pós-graduação no Brasil, que pondera de forma exagerada o quantitativo de artigos publicados, em detrimento da qualidade dos mesmos. “É quase obrigatório que todos os mestrandos e doutorandos do campo publiquem artigos oriundos do seu trabalho, mesmo que o mestrado não tenha como pressuposto trabalho original.”

As editoras reconhecem que a revisão por pares ainda é a melhor forma de avaliação de um artigo científico, pois é impossível obter três pareceres para cada um dos mais de 3 mil artigos submetidos. “Até porque as revisões somente são úteis quando realizadas por pesquisadores experientes. Além disso, a pressão (de novo) para publicar artigos, junto com a baixa valorização de outras atividades também fundamentais como a revisão, faz com que cada vez seja mais difícil obter bons pareceres.” Do ponto de vista da editoria científica, somente uma resposta é possível, dizem as editoras: diminuir a quantidade de artigos que é encaminhada para revisão por pares pelo corpo editorial de CSP, com base na avaliação da originalidade, relevância e rigor metodológico dos manuscritos. À medida em que aumenta o volume de submissões, também aumenta a recusa de artigos nessa etapa inicial da avaliação.

Em 2021, CSP aponta grandes desafios editoriais a avaliar, como o modelo de revisão por pares a ser adotado e a política de dados abertos. Pretendemos consolidar as atividades de CSP na divulgação científica, iniciadas em 2020 com o programa Entrevista com Autores com os podcasts e com as oficinas de divulgação científica. “E também haverá mudanças internas importantes, como a ampliação do corpo editorial e a criação da função de Editora Júnior visando a estimular a formação de jovens doutores na área de editoria científica. Nosso sistema de submissões está defasado, estamos em fase de teste e implantação do novo sistema, assim como da nova página da revista. Enfim, 2021 será um ano de muito trabalho."

Com todas as dificuldades, as editoras afirmam que, em 2020, CSP cumpriu o seu compromisso de publicar artigos relevantes para o campo da saúde coletiva. E mais uma vez CSP se renova. Novas atividades, novos editores, novas ideias. Elas agradecem a equipe técnica, editores científicos, autores e leitores. “Na esperança de que 2021 seja um ano melhor, para a saúde dos povos, para o enfrentamento das desigualdades, para os direitos humanos. E para a retomada do lugar que a ciência pode e deve ocupar na sociedade”, concluem.

Para ler os artigos da edição de dezembro de CSP, clique aqui.



Fonte: Cadernos de Saúde Pública

Nenhum comentário para: Mais um ano, nada fácil: Balanço 2020 do ‘Cadernos de Saúde Pública’