Compromisso com a transformação pauta nova edição do Programa de Aceleração em Inovação da ENSP
O coordenador do Pólen, Márcio Feitoza, exemplifica a importância da inovação e da transformação na gestão em saúde pública por meio dos Programas de Aceleração da Inovação da ENSP.
No mês de agosto, o Laboratório de Inovação em Gestão Pública da ENSP/Fiocruz, o Pólen, anunciou os projetos contemplados nos editais dos Programas de Aceleração da Inovação de 2025. Voltadas à promoção da inovação e da transformação no setor público, as iniciativas abrangem áreas como tecnologia, criatividade e gestão, reafirmando o compromisso da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) com a comunicação acessível, a promoção da saúde e o fortalecimento das políticas públicas.
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Com 29 projetos selecionados em cinco categorias distintas, o desenvolvimento dessas propostas reforça a expectativa de acelerar a transformação no setor público em 2025 e nos próximos anos. Em entrevista ao ‘Informe ENSP', o coordenador do Pólen, Márcio Feitoza, destacou a importância de fortalecer a cultura de inovação e a autonomia dos participantes dos editais, além de ampliar a articulação entre diferentes setores da Escola.
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Inovação e transformação
Márcio Feitoza expressou entusiasmo com a nova edição dos Programas, ressaltando que o Pólen busca apoiar a consolidação da cultura de inovação e ampliar o alcance das soluções criadas pelos participantes. “Nosso objetivo é fortalecer a autonomia das equipes na proposição e no desenvolvimento de respostas criativas para os desafios enfrentados no cotidiano do trabalho em saúde pública”, explicou.
Para ele, a primeira edição revelou o potencial transformador dentro da instituição pela atuação e esforços de cada um dos participantes. “A última edição nos trouxe aprendizados importantes. Por isso, queremos fortalecer a integração entre diferentes setores e áreas da Escola, estimulando o trabalho colaborativo”, reforçou.
Equipe do Laboratório de Inovação em Gestão Pública da ENSP/Fiocruz
Feitoza acrescenta que o Programa de Aceleração da Inovação na ENSP está estruturado com trilhas de aprendizagem, metodologias atualizadas e suporte de mentoria para auxiliar os participantes a dialogarem com os desafios contemporâneos da gestão em saúde pública.
Criatividade na gestão pública
“Acreditamos que inovação e criatividade não são dons inatos destinados apenas a algumas pessoas, mas práticas que podem ser aprendidas, desenvolvidas e aplicadas no dia a dia de forma consistente”, defendeu o coordenador.
Ele explica que, para que isso ocorra de maneira eficiente, o Programa foi estruturado com uma abordagem político-pedagógica baseada na aprendizagem ativa, em experiências práticas e em espaços de escuta e troca. Durante o percurso, os participantes são expostos a metodologias e temas como Design Thinking, Design centrado no usuário, Ciências Comportamentais, Linguagem Simples, Acessibilidade Comunicacional e Mensuração de Impacto.
Mais do que aprender técnicas ou aplicar ferramentas, Feitoza afirma que o Pólen busca fomentar uma postura investigativa, colaborativa e experimental. “Testar, assumir riscos, “errar pequeno”, abandonar o que não serve ou aprimorar (iterar), o que o público-alvo aprovar, esse é o caminho”, defendeu.
O coordenador também ressalta que um dos objetivos do Laboratório é promover a criação e o fortalecimento de uma comunidade de prática que se mantenha ativa mesmo após o término das atividades de cada edição do Programa, incentivando o compartilhamento contínuo de experiências e a adaptação das ferramentas ao contexto real de trabalho.
Inclusão e diversidade no Programa de Aceleração
Feitoza destaca a relevância de incorporar pautas de inclusão e diversidade ao Programa, de modo que os participantes também reflitam sobre esses temas no contexto da gestão em saúde pública. “Estas pautas nos mobilizam profundamente. Para nós, a inovação em gestão pública só faz sentido quando está alinhada com os princípios da equidade, da justiça social e do fortalecimento da cidadania”, reforçou.
Ele cita, por exemplo, a importância de abordar questões relacionadas à inclusão da população negra e LGBTQIAPN+, afirmando que esses debates não podem estar à margem das prioridades institucionais. “Os participantes são estimulados a refletir sobre as desigualdades estruturais e sociais e a construir soluções que enfrentam essas questões com sensibilidade, escuta ativa e compromisso com a transformação”, afirmou.
O coordenador enfatiza, ainda, o desejo de que os projetos contemplados em ambas as edições possam se aproximar das instâncias estratégicas da Escola, a fim de que as propostas recebam apoio, visto que objetivam atender as diretrizes institucionais e gerar impactos mais amplos no campo da saúde pública.
Papel da Linguagem Simples
Feitoza reforça que a Linguagem Simples permanece como uma aliada fundamental no processo de inovação, pois, além de facilitar a compreensão das informações, democratiza o acesso à comunicação pública. “Não se trata apenas de tornar um texto mais ‘amigável’, mas de fortalecer o vínculo com os usuários dos serviços e promover a transparência”, avaliou.
Ele assegura que nesta segunda edição haverá um aprofundamento no uso dessa técnica como estratégia transversal presente desde a formulação dos problemas até a entrega final dos projetos.
Os participantes terão acesso a oficinas específicas sobre comunicação inclusiva e acessível, design centrado no usuário e produção textual clara, para que possam aplicar esses princípios em seus próprios contextos de atuação. “A linguagem também é poder. Tornar o discurso institucional mais acessível é parte do nosso compromisso com uma saúde pública democrática”, concluiu.
Protagonismo coletivo
Feitoza acredita que esta segunda edição poderá trazer impactos duradouros no campo da saúde pública, indo além das soluções de curto prazo. “Nosso foco está na construção de capacidades institucionais voltadas para a inovação contínua, com base na escuta dos territórios, na valorização da diversidade e na articulação entre saberes”, comentou.
Segundo ele, ao promover espaços como o Programa de Aceleração da Inovação, a Escola contribui para o desenvolvimento de competências essenciais para o presente e o futuro da saúde pública, como o pensamento criativo, o trabalho em rede, a empatia, a análise sistêmica e o protagonismo coletivo. “A partir dessas experiências, esperamos que surjam não apenas projetos pontuais, mas novas formas de pensar e fazer gestão pública em saúde — mais sensíveis às realidades concretas e mais comprometidas com a produção de valor público”, afirmou.
O coordenador conclui destacando que, acima de tudo, cada participante deve se reconhecer como agente ativo da transformação institucional e da qualificação das ações do SUS.
*Estagiária sob supervisão da equipe de jornalismo do Informe ENSP.



