*Por Isabelle Ferreira
A Feira Preta chegou pela primeira vez ao Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/ENSP), localizado em Curicica, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Em sua 14ª edição, a atividade aconteceu no dia 10 de setembro, reafirmando o compromisso da Escola com a promoção da equidade e diversidade em seus espaços institucionais.

O evento contou com exposições de culinária, artesanato, moda, cosméticos naturais, acessórios e troca de livros, além da mostra ‘Encruzilhadas: Histórias e Vivências’, contemplada pelo edital do Programa de Aceleração da Inovação em Gestão, iniciativa do Laboratório de Inovação em Gestão Pública (Pólen/ENSP).
A Feira Preta é um coletivo formado por trabalhadoras de diferentes setores da Escola. Integram o grupo Camilla dos Santos Teixeira, do Serviço de Gestão do Trabalho (SGT); Alba Valéria Santos, do Serviço de Gestão da Sustentabilidade (SGS); Fernanda Bastos, do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF); Fátima dos Santos, da Coordenação de Comunicação Institucional (CCI); e Maria José Salles, do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA).
Cultura e equidade em destaque
Durante a Feira Preta, ocorreu uma roda de conversa com uma das organizadoras do evento e trabalhadora da ENSP Camilla Teixeira, que apresentou ações do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, em conjunto com a Comissão Permanente de Diversidade e Equidade da Escola. Outra atividade que integrou a programação do evento foi o projeto ‘Livro em Movimento’, que promove a troca e doação de obras literárias, ampliando a dimensão cultural e educativa da Feira.
Camilla realça que a Feira Preta não é apenas um espaço de comercialização, mas também de troca, reflexão e formação política: “Ao circular por diferentes unidades da Fiocruz e instituições parceiras, o evento reafirma-se como instrumento de sensibilização e promoção de políticas institucionais antirracistas”.
Ela acredita que levar a atividade ao Hélio Fraga fortalece vínculos institucionais e amplia a participação de trabalhadoras e trabalhadores, além de promover maior integração: “Descentralizar as ações permite maior aproximação entre unidades e públicos diversos”.
Camilla lembra que a Feira Preta já esteve presente em eventos da Presidência, no Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Esses convites representam o reconhecimento do trabalho desenvolvido e consolidam a iniciativa como movimento de resistência, valorização cultural e empoderamento. A Feira Preta é um espaço vivo de enfrentamento ao racismo estrutural. Na Escola, ela contribui para dar visibilidade às trabalhadoras e trabalhadores negros, fortalecendo o debate sobre equidade e diversidade”, afirma.
Resistência e pertencimento
Ao fazer um balanço do evento, Camilla afirma que os resultados foram positivos, pois a atividade contou com ampla participação do corpo social do campus e trouxe relatos que abordaram o sentimento de pertencimento e a relevância de ações culturais no ambiente de trabalho.
A agente administrativa Simone Lino conta, com entusiasmo, a importância do evento no espaço: “Foi a minha primeira experiência com a Feira. Apreciei a comida, o artesanato, o vestuário de ótima qualidade e o carisma de expositores e expositoras. A mostra ‘Encruzilhadas’ e o ‘Livro em Movimento’ também foram marcantes. Ações como essas são importantes durante o expediente”.
Analista de Gestão em Saúde, Rosana Oliveira também destaca a relevância do apoio a empreendedores pretos e quilombolas: “Esta edição me tocou. Tanto a Feira quanto a exposição carregam histórias de força e resistência de mulheres pretas”.
Já a auxiliar administrativa Renata Cristina Campos reforça os agradecimentos pela realização da atividade no campus: “Mesmo com a distância (entre os campi), não deixei de me sentir pertencente. Todas as ações da Feira Preta carregam histórias maravilhosas”.
* Estagiária sob supervisão da equipe de jornalismo do Informe ENSP