ENSP promove oficina de planejamento do trabalho de campo dos Estudos Estratégicos em APS
O planejamento da etapa de campo dos Estudos Estratégicos em Atenção Primária à Saúde foi o foco da oficina integrada do projeto realizada nesta quinta-feira (21/8), no Rio de Janeiro. A atividade teve a participação das coordenadoras e dos membros das pesquisas, do grupo gestor do projeto EEAPS e de representantes da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde (SAPS/MS). O objetivo foi assegurar uma abordagem estruturada junto aos interlocutores e participantes, além de definir um cronograma comum de instrumentos padronizados para o registro do trabalho de campo a ser realizado pelas equipes.
Fruto de uma parceria entre a ENSP/Fiocruz e a SAPS/MS, o EEAPS é coordenado de forma colaborativa pela Vice-Direção de Pesquisa e Inovação (VDPI/ENSP) e pela Vice-Direção de Escola de Governo em Saúde (VDEGS/ENSP). A oficina foi conduzida pelo Grupo Gestor (VDPI-VDEGS), formado por André Schimidt, Henrique Dias e Rachel Guimarães. O projeto oferece apoio técnico, científico e financeiro a quatro estudos nacionais voltados à qualificação da Atenção Primária à Saúde (APS) e de suas políticas. Isso ocorre a partir de quatro eixos temáticos: Coordenação do Cuidado a partir da APS; Acesso à APS; Monitoramento e Avaliação em APS; e Apoio Institucional na Gestão da APS.
No encontro, durante a manhã, as coordenadoras das pesquisas em cada um dos quatro eixos apresentaram seus casos selecionados para os estudos, além de planos preliminares para as próximas etapas, com destaque para o trabalho de campo: com cronogramas e prazos, locais, interlocutores, participantes e outros detalhes quanto aos métodos e estratégias de pesquisa. Foi um momento de trocas de ideias, compartilhamento de experiências e diálogo para a identificação de convergências e interseções entre os estudos. A oportunidade também possibilitou conversas entre as equipes de pesquisa e seus respectivos pontos focais da SAPS.
Sobre o projeto referente ao Apoio Institucional à Gestão da APS, a coordenadora Lilian Miranda disse que pretende compreender bem os desafios e as ferramentas que os apoiadores desenvolvem para realizar seu trabalho. “Ao mesmo tempo, temos o interesse de colaborar com a formação deles a fim de melhorar sua atuação nos estados e, consequentemente, a qualidade da APS”, afirmou. A pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde (DAPS/ENSP) explicou que a proposta de pesquisa é baseada na análise socio-histórica e da avaliação, ambas convergindo para a formação. “Acreditamos que esses dois eixos vão oferecer elementos para contribuir com uma proposta de formação para os apoiadores, uma ideia a ser construída conjuntamente com a SAPS”. Além disso, Lilian Miranda falou sobre o andamento da primeira etapa da pesquisa, o perfil dos participantes da fase de campo e o cronograma estipulado.
Equipe da pesquisa sobre Apoio Institucional à Gestão da APS. Foto: Barbara Souza/CCI ENSP
À frente do estudo sobre Monitoramento e Avaliação da APS, Gisela Cardoso explicou que o objetivo é identificar como alguns municípios, já selecionados nas cinco macrorregiões do país, executam esses processos. “Nossa pesquisa vai verificar se esses processos estão implementados e de que maneira isso ocorre. O foco estará em encontrar lacunas na formação dos profissionais e dos gestores de saúde. Vamos fazer isso para propor algum tipo de formação para melhorar o monitoramento e a avaliação na APS, que é muito importante”, afirmou a pesquisadora do Departamento de Endemias Samuel Pessoa (DENSP/ENSP). Será realizado um inquérito nos estados selecionados e, depois, três municípios de cada estado serão alvo de uma investigação mais profunda. “Vamos fazer entrevistas com os gestores e com as equipes da APS para saber como o monitoramento e a avaliação ocorrem”, disse Gisela Cardoso, que acrescentou que a intenção é ter perfis diversificados entre os entrevistados.
Equipe do estudo sobre Monitoramento e Avaliação da APS. Foto: Barbara Souza/CCI ENSP
Em seguida, a pesquisadora Vera Lúcia Luiza compartilhou o status e os próximos passos do estudo sobre o Acesso à APS. “Nosso objetivo é analisar as barreiras e facilitadores de acesso à Atenção Primária no SUS, com foco na oferta, na organização dos serviços e nas necessidades e demandas dos usuários, visando fornecer subsídios para a reorientação das políticas de saúde pública para um acesso mais efetivo e equânime”, explicou a pesquisadora do Departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica (NAF/ENSP). Vera Lúcia apresentou o marco conceitual da pesquisa, o método misto que está sendo aplicado, além de detalhes para o trabalho de campo, principal preocupação da oficina. Nesse sentido, ela falou sobre o planejamento logístico para chegar aos municípios selecionados, a produção de um manual para sistematizar os procedimentos e as estratégias para sensibilizar os participantes a serem entrevistados.
Equipe do estudo sobre o Acesso à APS. Foto: Barbara Souza/CCI ENSP
Responsável pela condução da pesquisa sobre Coordenação do Cuidado, Gisele O’Dwyer (DAPS/ENSP) explicou que o estudo vai avaliar o desempenho da Coordenação do Cuidado com base na articulação da Atenção Primária com a Atenção Especializada. A primeira etapa é uma investigação nacional, a ser concluída até o fim de 2025, com 53 entrevistas on-line com todos os coordenadores de APS dos estados e das capitais. Os passos seguintes, no campo, também foram detalhados pela coordenadora do estudo, que descreveu as abordagens qualitativa e quantitativa do trabalho. Gisele O’Dwyer explicou ainda que a pesquisa vai focar em atenção cardiovascular, oncológica e saúde mental. “Queremos levar uma proposta de melhoria da coordenação do cuidado para as UBS dos locais que vamos visitar na etapa de campo”, contou ao comentar os resultados esperados.
Equipe da pesquisa sobre Coordenação do Cuidado na APS. Foto: Barbara Souza/CCI ENSP
À tarde, a Oficina Integrada de Apoio ao Planejamento do Trabalho de Campo seguiu com os participantes divididos em quatro grupos que se reuniram simultaneamente. Um debateu estratégias de aproximação e apresentação das equipes de pesquisa junto aos gestores estaduais e municipais. A ideia foi pensar em formas de abordagem e convite para que eles participem das pesquisas. Também foram discutidas questões sobre os formatos que serão utilizados para apresentar o estudo aos participantes.
Já o segundo grupo se concentrou na elaboração de instrumentos padronizados de campo, como orientações e diretrizes de organização, diário de campo como forma de registro do trabalho e padronização das ferramentas de coleta de dados, que devem utilizar a identidade visual do EEAPS. O terceiro grupo ficou dedicado a definir as formas de comunicar os resultados aos gestores, pensando em alternativas como eventos, material de divulgação e produtos técnicos. Por fim, o quarto grupo se debruçou sobre o desenvolvimento de um cronograma integrado das idas a campo. Discutiram questões de logística, datas, destinos dos deslocamentos e estadias, número de pessoas nas equipes, material de identificação e de trabalho e outros aspectos práticos.
Grupo Gestor (VDPI-VDEGS) do projeto EEAPS. Foto: Barbara Souza/CCI ENSP
Saiba mais sobre o projeto EEAPS
O projeto Estudos Estratégicos em Atenção Primária à Saúde envolverá 15 estados, 13 capitais e outros 20 municípios. Pará, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio Grande do Sul serão campo de mais de um dos eixos de pesquisa do EEAPS. Além de promover a articulação dos quatro estudos, a iniciativa faz acompanhamento sistemático das atividades ao longo dos 24 meses de execução, com foco em uma atuação integrada em rede colaborativa. Também oferece suporte às distintas etapas das pesquisas, incluindo os procedimentos metodológicos e as estratégias de disseminação e publicação de produtos e resultados.
Desde o início de 2025, os estudos foram validados pela coordenação-geral do projeto em oficinas de trabalho, seguidas por reuniões de suporte à submissão das propostas ao Comitê de Ética em Pesquisa da ENSP e, por fim, apreciados pelas equipes técnicas e dirigentes da SAPS/MS. Em julho, foram realizadas Oficinas de Apoio à Seleção dos Estudos de Caso. Nesses eventos, os membros das pesquisas contaram com pesquisadores com trajetória reconhecida na APS e representantes da SAPS/MS.
Grupo Gestor do projeto EEAPS ao lado das representantes da SAPS/MS. Foto: Barbara Souza/CCI ENSP
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