Mentoria coletiva guia participantes na nova edição do curso de Gestão Integrada
*Por Isabelle Ferreira e Mariana Sousa
Murilo Salles é coordenador do ‘Curso de Gestão Integrada: Processos, Riscos e Indicadores’, desenvolvido pela ENSP/Fiocruz, por meio do Laboratório de Inovação em Gestão Pública, o Pólen. A formação é voltada para trabalhadores e trabalhadoras da ENSP e da Fiocruz que tenham concluído, no mínimo, o ensino médio. Em entrevista ao 'Informe', Murilo destaca a importância dessa qualificação profissional, com objetivo de construir, de maneira eficaz, soluções para problemáticas enfrentadas pelas instituições públicas.
Segundo Murilo, o formato colaborativo da aprendizagem coletiva resulta no protagonismo dos participantes em sua capacidade de autoaprendizagem e algo mais. “No dia a dia, essa abordagem reverbera no entusiasmo e na responsabilidade dos alunos, que relatam maior confiança para aplicar o que aprendem e disposição para apoiar os colegas”, ressaltou.
Leia a entrevista na íntegra!
Informe ENSP: De que forma a aprendizagem coletiva será trabalhada nesta nova edição?
O curso também adota uma avaliação contínua entre os próprios alunos, com auto avaliações e feedbacks, capazes de exercer um acompanhamento real, que verifica o processo de aprendizagem coletiva, e consolida os conhecimentos adquiridos para a edição seguinte. Assim, o curso prossegue como uma “espiral de aprendizado” em que cada ciclo fortalece o próximo.
Informe ENSP: Quais são as mudanças percebidas nessa nova edição do curso de Gestão Integrada?
Murilo Salles: Em 2024, o curso foi oferecido a 12 participantes, enquanto a edição de 2025 ampliou para 13 vagas (10 da ENSP e 3 de outras unidades da Fiocruz). Nesta edição, foi inserida uma oficina que utiliza um jogo sério como estratégia complementar de aprendizado coletivo. Na prática, isso significa que, além de discutir situações-problema, os participantes terão dinâmicas mais variadas, como análise de dados, para explorar os temas.
Os conteúdos foram ampliados – além de processos, riscos e indicadores, agora há atividades sobre design centrado no usuário e comunicação de dados – tornando o curso mais abrangente. Outra inovação é a mentoria coletiva, alunos de outras turmas compartilham e trocam experiências com novos alunos, buscando, portanto, tornar o curso mais integrado e aplicável às instituições.
Informe ENSP: Como o aluno consegue usar a gestão como instrumento de eficiência?
Murilo Salles: O objetivo central do curso é capacitar trabalhadores para atuarem como facilitadores com competências técnicas e gerenciais, contribuindo para a melhoria, eficácia e efetividade da gestão pública. Ou seja, ensina-se a usar a gestão como ferramenta prática para tornar as equipes mais eficientes. Além disso, há forte incentivo para cada aluno atuar como multiplicador: espera-se que, ao final, eles incorporem a gestão integrada nas rotinas e passem a se tornarem facilitadores do que aprenderam em suas equipes.
A eficiência é, portanto, aprendida de forma ativa: resolvendo problemas reais em equipe, recebendo feedbacks contínuos e aplicando imediatamente as soluções em seu ambiente de trabalho. A avaliação de 2024 mostrou que a elaboração de tarefas por módulo e a montagem do portfólio foram decisivas para esse aprendizado prático.
Informe ENSP: Na edição anterior, foi mencionado que a gestão de processos contribui para diminuir os “vazios” entre setores. Essa redução tem sido perceptível?
Murilo Salles: Um dos objetivos do curso é promover a integração entre os temas: Processos, Riscos e Indicadores, estimulando uma visão sistêmica das atividades da ENSP/Fiocruz. Na prática, isso significa que os participantes são levados a pensar nas conexões entre diferentes áreas. Embora seja cedo para afirmar se os “vazios” entre setores desapareceram, o curso prevê estratégias para integrar soluções em conjunto, envolvendo mais de um departamento no decorrer do curso.
Na edição passada, notou-se que as apresentações finais não deram destaque suficiente às ferramentas-chave (mapa de processo, matriz de risco), o que indica que ainda cabe reforçar o olhar intersetorial. Para enfrentar isso, vamos reforçar o envolvimento entre colaboradores para aplicar o aprendizado de forma integrada nas equipes. A ideia é que o aluno reflita sobre como um processo atravessa vários departamentos e proponha um plano de ação interligado. Com orientação adequada e atividades colaborativas, esperamos que os estudantes consigam apontar soluções que conectam áreas – seja melhorando um fluxo de trabalho conjunto ou comunicando resultados de forma integrada – diminuindo gradualmente os silos organizacionais.
Informe ENSP: Qual é o impacto efetivo que o curso de Gestão Integrada tem nos alunos?
Murilo Salles: Na edição passada, muitos alunos afirmaram ter compreendido melhor os conceitos-chave da gestão e se sentiram mais preparados para aplicá-los no cotidiano profissional. E é justamente esse o propósito do curso: que cada estudante se reconheça como agente de transformação, parte ativa de um processo contínuo de inovação institucional.
Para a nova turma, nossa expectativa é consolidar e aprofundar esse movimento.
Queremos acolher estudantes dispostos a aprender de forma coletiva, compartilhar saberes e atuar de maneira colaborativa. Algumas melhorias foram implementadas com esse foco — como a estruturação de mentorias, ajustes no calendário e orientações mais claras —, tudo pensado para fortalecer a participação desde o início. A participação dos egressos é importante, pois ao compartilhar suas vivências nos projetos, ajudam os novos alunos a visualizarem caminhos mais concretos, recebendo, também, um constante feedback sobre o seu trabalho, fortalecendo, assim, a cultura da gestão integrada como uma prática transformadora.
*Estagiárias de Comunicação Social sob supervisão da equipe de jornalismo do Informe ENSP.
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