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Banco Mundial visita ENSP/Fiocruz para discutir estratégias de cuidado à população em situação de rua

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Publicado em:13/06/2025
Por Barbara Souza (Informe ENSP) e Igor Cruz (Trilhas de Cuidado nas Ruas)

A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) recebeu, nesta sexta-feira (13/6), o economista sênior em Proteção Social do Banco Mundial, Philippe Leite. A visita foi realizada a convite do coletivo Trilhas de Cuidado nas Ruas, uma iniciativa da Fiocruz em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Representantes da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio) também participaram do encontro, que marcou o início de uma articulação interinstitucional voltada ao enfrentamento dos desafios estruturais que afetam a população em situação de rua, com foco no cuidado integral e na inclusão social.


O encontro foi marcado pela troca de experiências e pelo diálogo sobre estratégias de atenção a populações vulneráveis. “Identificamos um alinhamento entre as instituições em relação ao cuidado com pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente a população em situação de rua, mas também com outros grupos, como LGBTQIA+, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, mulheres e migrantes. Afinal, trata-se de um modelo de cuidado que pode ser replicado para diferentes públicos que vivem nas ruas”, destacou a pesquisadora Elyne Engstrom, do Departamento de Ciências Sociais da ENSP e integrante do coletivo Trilhas. Segundo ela, a proposta envolve a produção de conhecimento voltado para políticas públicas, pesquisa, ensino e cooperação.

O vice-diretor de Ensino da ENSP, Gideon Borges, também participou da reunião e reforçou a importância estratégica da pauta. “Combater desigualdades é um princípio da nossa instituição. Nesse sentido, há convergências importantes com o Banco Mundial. Temos interesses comuns”, afirmou.

Durante o encontro, Philippe Leite explicou que o Banco Mundial pode oferecer apoio técnico, financeiro e de articulação. O convidado deu como exemplo a parceria vigente com a Prefeitura de São Paulo, criada para melhorar a qualidade dos serviços e ofertas para pessoas vulneráveis, fortalecendo a assistência social no município. Após a reunião pela manhã, Philippe Leite afirmou haver um “potencial enorme” para parcerias, já que identificou consonância na visão de desenvolvimento social de longo prazo. “Vejo essa como uma primeira conversa de muitas. Isso porque não somente os tópicos são de interesse comum, mas o tipo de planejamento para as atividades atuais e futuras são alinhadas com a visão do Banco Mundial para o tratamento e desenvolvimento de atividades para populações em vulnerabilidade social, como a população em situação de rua”, explicou. 


O coordenador técnico-assistencial da Superintendência de Saúde Mental da SMS-Rio, Paulo Pontes, também expressou otimismo com os encaminhamentos. “Nossa expectativa é desenvolver estratégias para replicar experiências internacionais, sobretudo na América Latina, e construir metodologias de avaliação do impacto das ações em curso. A experiência do Banco Mundial, aliada à da Fiocruz e do Ipea, será fundamental. Uma eventual parceria pode ampliar a capacidade de acolhimento da população em situação de rua no município, o que também demanda recursos”, afirmou. Na reunião, ele apresentou o programa Seguir em Frente, da SMS-Rio, voltado à reintegração social e ao cuidado dessa população.

Entre os desafios discutidos, estiveram o estigma e a marginalização da população em situação de rua, a importância da comunicação social das iniciativas e a sustentabilidade de ações voltadas a esse público.

Ainda na sexta-feira, os convidados visitaram o Castelo Mourisco, sede histórica da Fiocruz, e conheceram a equipe do Consultório na Rua que atua no território do Jacarezinho. A presença do representante do Banco Mundial foi considerada estratégica para o fortalecimento de parcerias e o reconhecimento de práticas brasileiras que articulam saúde, direitos humanos e justiça social no enfrentamento das desigualdades.




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