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CSP destaca saúde sexual e juventude, homicídio de adolescentes e insegurança alimentar

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Publicado em:16/05/2025

Por Clara Rosa Guimarães, jornalista de CSP

 

O fascículo de abril está disponível na íntegra em Cadernos de Saúde Pública. O Editorial de Kenneth Rochel de Camargo Jr. traz uma análise contundente sobre os riscos à ciência diante da volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. O autor denuncia cortes de verbas, nomeações inadequadas e, principalmente, a censura imposta a temas como diversidade, equidade, inclusão e identidade de gênero. O texto alerta para os impactos globais dessas políticas, sobretudo nas iniciativas internacionais de saúde pública, e defende a construção de redes internacionais de apoio, com o Brasil buscando parcerias que garantam a continuidade e a autonomia da produção científica.

 

O novo Espaço Temático Saúde Sexual e Juventude também está disponível na íntegra no site da revista. A seção oferece uma abordagem plural e crítica, destacando tanto os avanços institucionais quanto as lacunas persistentes nas práticas de cuidado. Os textos contribuem para ampliar o debate sobre a juventude como sujeito de direitos e fortalecem o campo da saúde coletiva com dados, experiências e propostas de transformação.

 

Ensaio desta edição apresenta uma análise histórica sobre a relação entre o racismo estrutural, a saúde da população negra e as políticas de morte e de emancipação no Brasil. Partindo do século XX até a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, em 2006, os autores mostram como o Estado contribui para a reprodução de desigualdades raciais no acesso à saúde. A resistência dos movimentos negros é destacada como fundamental na produção de saberes e políticas emancipatórias, com base em ações culturais, comunitárias e religiosas.


Outro destaque do fascículo é o artigo Oportunidades perdidas: contatos de adolescentes vítimas de homicídio com instituições do Estado que analisa os históricos de vida de jovens assassinados. O estudo revela que a maioria das vítimas era composta por adolescentes negros, com baixa escolaridade, evasão escolar e vivendo em condições de extrema vulnerabilidade. Dados mostram que muitos deles tiveram contato prévio com instituições como escolas, unidades de saúde, assistência social, justiça e segurança pública. Esses encontros, no entanto, não resultaram em proteção ou prevenção.

 

Em Emergência climática e o sistema alimentar: o impacto das enchentes de maio no ambiente alimentar comunitário do Rio Grande do Sul, Brasil, os autores analisam os efeitos das inundações de 2024 em 92 municípios gaúchos. O estudo mostra que mais de 15 mil estabelecimentos foram afetados, sobretudo aqueles que comercializam alimentos in natura ou minimamente processados, como hortifrutis, peixarias e feiras livres. Em diversas cidades, mais de 40% do comércio de alimentos foi atingido, o que comprometeu o acesso da população a alimentos saudáveis.

 

Fechando a edição, a Comunicação Breve analisa a relação entre as emendas parlamentares destinadas ao SUS e as eleições municipais de 2024. Foram estudados 2.818 municípios e os resultados indicam que prefeitos que captaram mais recursos por meio dessas emendas tiveram maior chance de reeleição, especialmente em cidades com até 20 mil habitantes. O estudo sugere que, em um cenário de restrição fiscal, as emendas funcionam como um instrumento de fortalecimento da imagem dos gestores, enquanto levantam preocupações sobre a equidade e a coordenação no financiamento federal da saúde.

 

O fascículo de abril de Cadernos de Saúde Pública com esses e outros artigos pode ser acessado na íntegra aqui.


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