Ensino na ENSP: mesa destaca atualização do Projeto Político Pedagógico, obras e acolhimento aos alunos
Por Bruna Abinara
O ano letivo de 2025 promete ser intenso para alunos e professores da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). A atualização do Projeto Político Pedagógico, as obras no prédio da instituição e o deslocamento das atividades de Ensino foram destaques do debate “Ensino: organizando o presente em diálogo com o futuro”, na manhã desta segunda-feira (10/3). A conversa de boas-vindas aos estudantes deu início às atividades da Semana de Abertura do Ano Letivo da Escola. O evento teve transmissão pelo Youtube, confira.
O diretor da ENSP ressaltou a reforma no prédio da Escola como uma ação necessária e um momento importante da rotina institucional. Marco Menezes reforçou que todas as etapas da obra e da mudança das atividades para o campus da UNISUAM, em Bonsucesso, foram debatidas, não apenas pelo Conselho Deliberativo da Escola, mas também junto com os alunos. “Viveremos este momento intenso com vocês, de forma ampla, transparente e participativa, para que os estudantes tenham uma participação fundamental nisso”, declarou. Marco considerou que o ano será intenso e destacou a importância de espaços e ações institucionais, como o Centro de Apoio ao Discente e a Política de Acolhimento ao Discente. “Como teremos eleições para as unidades da Fiocruz, é muito importante que a pauta político-institucional da Escola seja debatida amplamente pelos estudantes. Os alunos têm assento, voz e voto no nosso Conselho Deliberativo, e a participação de vocês é fundamental no processo eleitoral”, defendeu o diretor.
“A ENSP tem como missão a formação para o Sistema de Saúde: nós formamos profissionais, produzimos e compartilhamos conhecimentos e práticas”, declarou a vice-diretora de Ensino, Enirtes Caetano. Ela também elencou a prestação de serviços de referência na área da Saúde Pública, a cooperação técnica nacional e internacional no campo da Saúde e da Educação e a comunicação com a sociedade como pontos estratégicos de atuação da Escola. Enirtes recorreu a um trecho do Projeto Político Pedagógico (PPP) da ENSP para reforçar que “aqui se ensina porque se pesquisa”. Segundo a vice-diretora, a instituição procura ser diversa em todos os sentidos, o que se reflete na variedade de cursos Lato e Stricto Sensu, presenciais e online. “Nossos programas têm a Saúde Coletiva e o compromisso com a formação para o SUS como pontos convergentes, mas cada um apresenta uma particularidade”, explicou.
Como parte das ações de apoio aos alunos, a vice-diretora apresentou o novo site de Ensino da Escola, onde é possível consultar o calendário acadêmico, informações sobre disciplinas, cursos e processos seletivos, além de um manual de orientação ao discente. Para alinhar a ENSP com o futuro, Enirtes apresentou pilares a serem aprimorados nos próximos anos: inclusão e acessibilidade; interdisciplinaridade e formação acadêmica integrada; transformação digital e uso de tecnologias emergentes; gestão de mudança e fortalecimento institucional; expansão da rede de cooperação; e apoio ao docente.
+ Acesse o novo site de Ensino da ENSP
O Projeto Político Pedagógico da ENSP, que teve sua última versão há dez anos, passa por uma atualização este ano. O documento traz as ideias fundadoras da Escola e os elementos que compõem a sua missão. Segundo o coordenador-geral do Lato Sensu e Qualificação Profissional, Gideon Borges, o PPP está intrinsicamente ligado ao futuro da Escola e ao que deve ser feito no presente para torná-lo realidade. Assim, o palestrante explicou que a atualização examina os rumos da instituição e busca perspectivas para dar novas finalidades ao trabalho formativo, considerando as mudanças sociais. “Trata-se de uma oportunidade, na qual os autores da comunidade escolar podem revisar e adaptar a prática educativa, reafirmando compromissos antigos e estabelecendo novos pactos para responder às necessidades atuais da sociedade e do sistema de saúde”, esclareceu.
Segundo o coordenador, a educação envolve escolhas ativas, o que a caracteriza como uma prática intencional de formar indivíduos em função de um projeto de sociedade. Dessa forma, ele contextualiza o PPP como resultado da dinâmica escolar e das demandas sociais. Como exemplo, o pesquisador citou a programação da Semana de Abertura do Ano Letivo da Escola como um reflexo do documento: “entendemos que os debates no coletivo também se tornam questões comuns a serem incorporadas ao projeto de formação”. Ao dar as boas-vindas aos alunos, Gideon reforçou a importância de suas vozes e opiniões para construção do novo documento, convidando-os a responderem o questionário sobre o futuro da ENSP. Ao longo do ano, as respostas serão debatidas e incorporadas às discussões do processo de atualização do PPP.
+ Acesse o formulário e participe deste processo!
Mesa institucional
A manhã desta segunda-feira (10/3) foi igualmente marcada por uma mesa institucional. O diretor da ENSP, a vice-diretora de Ensino e o coordenador-geral do Lato Sensu e da Qualificação Profissional também tiveram falas durante a mesa. Além deles, estiveram presentes a coordenadora-geral adjunta de Educação da Fiocruz, Eduarda Cesse, a coordenadora-geral do Stricto Sensu da ENSP, Joviana Avanci, e o coordenador do Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância da ENSP, Maurício De Seta. A doutoranda do Programa de Pós-graduação em Epidemiologia em Saúde Pública Ramila Alencar participou como representação discente.
Frente à mobilização em torno da campanha do mês das mulheres, o diretor da Escola destacou que o Brasil passa por uma “epidemia de violência contra as mulheres” e reforçou o posicionamento histórico da Escola na luta pelos direitos femininos. Marco aproveitou o momento para reiterar o agradecimento e o reconhecimento à Nísia Trindade por suas ações pela reestruturação do SUS à frente do Ministério da Saúde, além de desejar sucesso ao novo ministro. “A nossa formação crítica é feita no diálogo com a realidade, com os movimentos sociais e com a sociedade”, destacou Marco. O diretor lembrou a comemoração dos 70 anos da ENSP, em setembro do ano passado, cujo tema foi “Reparação histórica, desigualdades e a construção do comum” e convocou os estudantes para que, guiados por esse mote, façam parte da construção de mais um ciclo acadêmico da Escola.
A vice-diretora de Ensino considerou que março é um momento simbólico, uma vez que “a Escola tem cursos de janeiro a janeiro”. Para Enirtes, as atividades da Semana de Abertura do Ano Letivo buscam trazer, para o debate entre docentes e discentes, temas instigantes e desafios a serem enfrentados pela Saúde Pública nos próximos anos. Já o coordenador-geral do Lato Sensu e da Qualificação Profissional apontou o acolhimento como um ponto central. Para Gideon, receber bem os estudantes significa promover o bem-estar, estimular a aprendizagem e a produtividade, fortalecer vínculos e facilitar a adaptação, além de melhorar a saúde mental, incentivar a inclusão e a diversidade.
“Aproveitem muito o que é a Fiocruz”, aconselhou a coordenadora-geral adjunta de Educação da Fiocruz, Eduarda Cesse. Ela ressaltou que há diversas oportunidades que enriquecem a experiência discente, como, por exemplo, o edital de mobilidade acadêmica, o Auxílio Permanência para alunos em situação de vulnerabilidade, a Associação dos Pós-Graduandos da Fiocruz, o Campus Virtual. Eduarda explicou que a Coordenação-Geral de Educação é o setor por onde passam todas as normatizações que representam a vida discente e docente na instituição e convidou os alunos a procurarem a CGE sempre que preciso. “Busquem as oportunidades, procurem essa troca dinâmica entre cursos e estudantes do Latu e Stricto Sensu, explorem espaços para além deste campus e vivam todas as experiências que a Fiocruz pode proporcionar”, concluiu a coordenadora-geral da CGE.
Segundo a coordenadora-geral do Stricto Sensu da ENSP, Joviana Avanci, o objetivo para a Semana de Abertura do Ano Letivo, assim como para o decorrer das atividades acadêmicas, é o acolhimento de alunos diversos, com histórias e origens diferentes. Joviana pôs a equipe da Vice-direção de Ensino à disposição dos alunos para apoiar na superação dos desafios acadêmicos: “não hesitem em contar com a nossa equipe e com os coordenadores que estarão com vocês diariamente”. Ela ressaltou que os cursos da Escola impactam profundamente as vidas dos estudantes, mudando a forma de interagir com o mundo e atuar na profissão. “A nossa principal missão é educar para transformar. Não tenham dúvida de que a ENSP/Fiocruz vai continuar com vocês mesmo depois do fim dos seus estudos”, declarou a coordenadora.
O coordenador do Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância da ENSP, Maurício De Seta, saudou o corpo discente dos cursos presenciais e online. “É bom ver esta casa cheia, assim como os acessos intensos no nosso ambiente virtual de aprendizagem, seja nos cursos à distância ou nas tecnologias educacionais de apoio às atividades presenciais", afirmou. O coordenador destacou que o quadro docente da Escola conta com profissionais de múltiplas partes do Brasil, o que é possível graças às ferramentas digitais. Maurício ainda informou que a Escola disponibiliza tecnologias assistivas para todos os estudantes que precisem de apoio.
“Este é um espaço de extrema importância para reforçarmos o papel fundamental da participação discente nos debates coletivos e da construção de uma ENSP cada vez mais alinhada às necessidades do seu corpo acadêmico”, ressaltou a representante discente Ramila Alencar. A doutoranda do Programa de Pós-graduação em Epidemiologia em Saúde Pública reforçou a necessidade de participação de todos os estudantes na luta coletiva por ações de apoio ao aluno e pela preservação das condições de estudo. Ramila também destacou a relevância do engajamento da comunidade da instituição na defesa da inclusão e da diversidade de pessoas, povos e raças na Escola. "Somente assim poderemos garantir a formação de profissionais comprometidos com a melhoria da Saúde Pública”, defendeu a representante.
Assista ao evento na íntegra pelo canal da ENSP no Youtube:
Ensino