Políticas de HIV/aids, uso de droga e complicações relacionadas ao aborto são alguns destaques de outubro em CSP
Por Clara Rosa Guimarães, jornalista de CSP
O fascículo de outubro de Cadernos de Saúde Pública está disponível na íntegra. O Editorial aborda a importância do subcampo de Política, Planejamento e Gestão em Saúde (PPGS), essencial na estrutura da Saúde Pública. Luciana Dias de Lima e Mônica Martins ressaltam a recorrência de temas como políticas de saúde, atenção primária e acesso ao cuidado nas publicações da revista ao longo de quatro décadas. Mencionam ainda denúncias de assédio contra o ex-Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, destacando que estudos de PPGS podem “indicar estratégias intersetoriais de resposta e prevenção”.
O fascículo também apresenta um Ensaio sobre os retrocessos nas políticas de HIV/aids no Brasil durante o governo Bolsonaro, evidenciando o impacto do avanço de um projeto político de extrema-direita. O Ensaio aponta o desmonte de políticas de prevenção e tratamento impulsionado pelo conservadorismo religioso e políticas ultraneoliberais, além dos efeitos da Emenda Constitucional 95, que reduziu os investimentos em saúde.
Outro destaque é o artigo O valor simbólico do uso de droga para população em situação de rua: droga que mata e alimenta, que explora o papel do consumo de drogas, em especial o crack, para a população em situação de rua. O estudo revela como o consumo está ligado à busca por sustento e aos impactos na saúde e na adesão a tratamentos, defendendo abordagens mais empáticas e o combate ao estigma e à exclusão social.
O artigo Ações intersetoriais e o reconhecimento de uma fonte de cuidado da atenção primária por adolescentes brasileiros analisa como parcerias entre escolas e serviços de Atenção Primária (APS) influenciam a percepção de adolescentes sobre a APS como fonte de cuidado. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015 mostram que 72,8% das escolas têm parceria com a APS, especialmente no Nordeste e Norte. Os adolescentes dessas escolas, vinculadas ao Programa Saúde na Escola (PSE), têm 40% mais chances de reconhecer a APS como seu serviço usual de saúde.
A edição também inclui o estudo Complicações relacionadas ao aborto no Brasil: resultados da Pesquisa Multinacional sobre Aborto da Organização Mundial da Saúde (MCS-A), que analisou 1.683 casos. As complicações variaram de leves a ameaçadoras à vida, com fatores de risco mais graves associados à idade gestacional avançada e à expulsão dos produtos da concepção antes do atendimento hospitalar. O estudo mostra que a maioria das pacientes foi tratada com respeito, apesar de terem relatado estresse, e destaca a necessidade da ampliação do acesso a métodos de esvaziamento uterino mais seguros e investir em educação médica para um atendimento mais humanizado.
O fascículo de outubro está disponível na íntegra para acesso no site de Cadernos de Saúde Pública.
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