5°PPGS: pesquisador da ENSP/Fiocruz defende construção de saúde digital a partir dos princípios do SUS
Por Barbara Souza e Bruna Abinara
O tema da saúde digital é um dos destaques da programação do 5° Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão da Saúde (5º PPGS), realizado pela Abrasco. Membro da Comissão Científica do evento, o pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) Marcelo Fornazin coordena e participa de diversas atividades com a temática do Eixo 7: “Informação, saúde digital, comunicação e inovações em saúde: limites entre solidariedade e aprofundamento das iniquidades”. O 5º PPGS acontece em Fortaleza (CE) no período de 3 a 6 de novembro, com diversas atividades no pré-congresso nos dias 2 e 3 de novembro.
Neste domingo (3/11), Fornazin participou das oficinas: “Mapa colaborativo dos movimentos sociais em saúde: construção de uma Plataforma Wiki para o combate às inequidades em saúde” e “Uma agenda de lutas para a saúde digital”. Nesta segunda, ele estará na mesa-redonda "Saúde Digital nos Estados nacionais: perspectivas comparadas Sul/Sul”. Na terça, o pesquisador da ENSP vai coordenar a roda de conversa “Telessaúde, Teletrabalho e Teleeducação: aprendizados e desafios”. Por fim, na quarta-feira, ele estará à frente da comunicação coordenada “Tecnologias digitais em saúde: diversidade de experiências”.
“Esse tema está com bastante relevância no 5º PPGS. É uma oportunidade de pensar, no contexto da informação e da comunicação, as possibilidades de a digitalização aumentar a solidariedade e fortalecer o SUS, mas observando os riscos de provocar mais desigualdades. A ideia é buscar uma incorporação crítica das tecnologias digitais no SUS”, explicou Fornazin.
Assim como os processos mais abrangentes de digitalização dos serviços públicos, o que se convencionou chamar de saúde digital é também parte de um desdobramento de políticas articuladas por Estados, em meio a uma complexa rede de interações e influências. Apesar de não ser uma tarefa fácil o estabelecimento de uma agenda comum de lutas, é imprescindível a articulação de esforços para a forja de reflexões e propostas que reflitam a preocupação com a desprivatização da saúde, com critérios direcionadores ao incentivo da digitalização na saúde e com métodos de atuação em rede.
Segundo o pesquisador, os profissionais do sistema de saúde têm um histórico de ações voltadas para a informação. Ele citou o DataSUS como exemplo disso. A relevância da temática na programação do 5° PPGS é, para Fornazin, reflexo de uma tendência de abordagem mais ampla, que reconhece a importância do diálogo entre saúde digital e diversas áreas da Saúde Coletiva.
“Trazer esse tema para o congresso é uma oportunidade de conversar com pessoas de outras áreas, levando ideias e conhecendo novas experiências. Hoje, pensar a saúde digital como uma solução para os problemas do SUS é pensar uma saúde digital que seja construída a partir do Sistema Único de Saúde e dos seus princípios, em especial de seu caráter público e universal”, apontou o pesquisador.
O tema do 5º PPGS traz palavras que traduzem intenções e premissas: “Política, Saberes e Práticas: Resistência e Insurgência no Enfrentamento das Iniquidades em Saúde”. Saiba mais no site do evento.
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