Semana Internacional de Acesso Aberto e o papel de Cadernos de Saúde Pública
Publicado em:22/10/2024
Por Clara Rosa Guimarães, jornalista de CSP
Na ocasião da Semana Internacional de Acesso Aberto, Cadernos de Saúde Pública reforça, mais uma vez, seu compromisso com a Ciência Aberta. O periódico é categorizado como Acesso Aberto Diamante, sem cobrança de taxa para leitura ou publicação, e mantém todo o seu acervo de 40 anos disponível no site do periódico e do SciELO.A Ciência Aberta, um movimento global, visa eliminar barreiras editoriais e econômicas, permitindo livre circulação do conhecimento. No contexto de CSP, isso envolve mudanças de práticas editoriais. Desde 2020, CSP aceita manuscritos previamente depositados em repositórios de preprints não comerciais, como arXiv, MedRxiv, bioRxiv e SciELO Preprints. Os preprints aceleram a disseminação do conhecimento, possibilitando que descobertas com embasamento científico alcancem de forma mais ágil a comunidade acadêmica e o público em geral.
No entanto, o uso de preprints traz desafios, especialmente em relação ao sistema de revisão por pares duplo-cego, atualmente adotado por CSP. Embora os preprints permitam a rápida circulação de ideias, a identificação dos autores pode comprometer o anonimato da revisão, exigindo maior debate por parte da comunidade científica.
O formato adotado por CSP reflete um compromisso com a democratização do conhecimento e a promoção de uma ciência mais inclusiva e colaborativa. Ao mesmo tempo que destaca a importância de garantir a ciência como um bem público não comercial, a revista investe na popularização e divulgação da ciência.
Entre as principais dificuldades da Ciência Aberta estão as barreiras culturais e a necessidade de maiores investimentos em tecnologia e qualificação. O mercado de publicação científica é permeado por grandes oligopólios, que frequentemente impõem taxas elevadas para a publicação de artigos, aprofundando as desigualdades entre pesquisadores de países do Norte e do Sul Global.
Cadernos de Saúde Pública é comprometido com a superação desses desafios e se mantém atualizado das discussões sobre o mercado editorial. Entre os novos projetos, destaca-se um inquérito com autores, revisores e editores sobre práticas da Ciência Aberta, buscando incorporar de forma colaborativa e bem fundamentada os avanços necessários para a comunicação e divulgação científica.
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