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Ceensp debateu enfrentamento da mortalidade materna com foco na justiça social e ações no território

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Publicado em:12/06/2024
Por Karina Caetano (Nascer no Brasil) 

Aconteceu no dia 5 de junho de 2024, o Centro de Estudos da ENSP sobre 'Enfrentamento da mortalidade materna: estratégias e relato de experiência de atuação de comitês de mortalidade materna na Atenção Primária à Saúde'. O evento marcou a abertura do curso de qualificação profissional em Vigilância do Óbito Materno, Infantil e Fetal e atuação em Comitês de Mortalidade (VOMIF). O evento pode ser acessado no canal da ENSP no Youtube. Confira!

A coordenadora do curso Sonia Bittencourt abriu a atividade lembrando a trajetória do VOMIF, oferecido na modalidade de Ensino à Distância. Por demanda da Coordenação de Saúde das Mulheres, do Ministério da Saúde (COSMU/MS) quase 4.000 profissionais foram formados, em mais de 1.000 municípios do Brasil, desde 2013. Enfatizou os desafios da nova oferta em apoiar a qualificação de profissionais de saúde que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) e na Saúde Indígena.  Nas últimas duas ofertas o curso passou a fazer parte de um projeto maior para o enfrentamento da mortalidade materna, infantil e fetal coordenado pelo IFF/Fiocruz em parceria com as secretarias de saúde do país.

A seguir, Cynthia Magluta, coordenadora adjunta de Ações Nacionais e de Cooperação do IFF/Fiocruz e co-coordenadora do VOMIF destacou que o trabalho conjunto potencializou o impacto do curso em diferentes serviços e territórios. Diante disso agradeceu a colaboração da Coordenação de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (CACRIAD/MS), da COSMU/MS, da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI/MS) e de outras instituições e entidades presentes.

Durante a mesa de abertura, Mauricio de Seta, coordenador do Desenvolvimento Educacional e Educação a Distância da ENSP, ressaltou como o curso contribui na capilarização das atividades da Fiocruz para o interior do Brasil especialmente por seu dinamismo metodológico centrado na troca de experiências entre pessoas trabalhadoras da saúde. No mesmo sentido, Gideon Borges, coordenador geral de lato sensu e qualificação profissional da ENSP, exaltou a importância da formação para a saúde pública, visto que os seus estudantes realizam um curso bastante prático, centrado em diferentes realidades a fim de fortalecer as políticas de redução da mortalidade materna, infantil e fetal desde seus locais de atuação.

Já Dácio de Lyra Rabello Neto, Coordenador Geral de Informações e Análises Epidemiológicas da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (MS), destacou os avanços no campo da investigação e do acesso à informação sobre os óbitos maternos em todo o país, bem como a necessidade de compreender e tipificar as causas de morte materna com vistas na proposição de recomendações e ações concretas para prevenir mortes evitáveis. Por fim, Grace Fátima de Souza Rosa, diretora do Departamento de Gestão do Cuidado Integral na Secretaria de Atenção Primária à Saúde/MS, ressaltou a relevância do curso como uma ação estratégica para a qualificação dos trabalhadores do SUS na busca do enfrentamento às mortes maternas em todo o Brasil. 



Dando início ao Ceensp, João Paulo Souza, diretor do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme/Opas/OMS), realizou uma palestra sobre a 'Morbimortalidade materna e estratégias de redução'. O pesquisador comparou o paradigma de enfrentamento da MM nos anos de 1990, baseado na atenção às emergências obstétricas, com o período atual, quando os fatores como injustiça social e de gênero passam a ser reconhecidos como quesitos que impactam diretamente nos índices de MM. Assim, evidenciou que para além da necessidade de implementar estratégias restritas ao âmbito biomédico, é preciso construir ações no campo do desenvolvimento social. 

Em seguida, Hilda Guimarães de Freitas, gerente da Vigilância do Óbito Materno, Infantil e Fetal da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica – CVE da Secretaria Estadual de Saúde do Mato Grosso do Sul, apresentou sua conferência sobre o enfrentamento da MM por meio da atuação da Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna e Infantil na Atenção Primária em Saúde. Reiterou a relação entre os fatores sociais e o número de óbitos maternos, bem como a importância da atuação intersetorial centrada nos comitês para o enfrentamento do problema. Como desafios destacou a necessidade de manter ativa a participação da APS na vigilância dos óbitos, do aprimoramento da qualificação e classificação dos óbitos com foco na melhor comunicação entre os municípios de residência e de ocorrência dos óbitos, e da supervisão in loco a partir da promoção de educação permanente. 

O evento representa mais um avanço para a construção de estratégias de combate à mortalidade materna, infantil e fetal. Nesse Ceensp foi reiterado o compromisso de assumir a gravidade da situação da morte materna no país. Pensar na morte materna requer uma energia extra de todos nós, mas também requer a reflexão e a nossa visão sobre as prioridades e desafios.

Confira a galeria de fotos ao final da matéria!

Assista o Ceensp na íntegra!



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