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ENSP retoma formação em Saúde Pública na fronteira entre Brasil e Uruguai

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Publicado em:17/05/2024
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), em parceria com a Unidade Acadêmica de Medicina Preventiva e Social da Universidade da República (DMPyS/FM/Udelar), do Uruguai, retomou o Programa de Formação em Saúde Pública para trabalhadores de saúde que atuam em municípios da fronteira entre Brasil e Uruguai.  Ao longo de 2024, serão realizadas atividades mensais, presenciais e à distância, com foco na vigilância participativa, de base comunitária, da dengue na fronteira entre os dois países. A questão da emergência climática será elemento transversal na formação por agravar a situação epidemiológica na região.

Para o diretor da ENSP, Marco Menezes, a iniciativa é importante “justamente pela urgência em formar profissionais preparados para enfrentar essa verdadeira ‘crise de crises’ e, assim, contribuir para o fortalecimento dos sistemas nacionais de saúde - neste caso, de Brasil e Uruguai -, sobretudo considerando a tragédia pela qual o estado do Rio Grande do Sul passa e a perspectiva de aumento da frequência de eventos climáticos extremos”.

Os preparativos mais recentes foram realizados em dezembro de 2023, e em abril e maio deste ano, com duas oficinas de trabalho presenciais em cada uma das regiões fronteiriças definidas como alvos desta etapa: a fronteira Santana do Livramento/RS (Brasil) – Rivera (Uruguai) e a fronteira Aceguá/RS (Brasil) – Aceguá (Uruguai). A partir de um diagnóstico participativo das estruturas e lideranças comunitárias existentes em cada região fronteiriça, discutiu-se a importância do planejamento, junto à comunidade local, de estratégias participativas para monitoramento e resposta a emergências de Saúde Pública.

A última oficina de trabalho presencial, em Aceguá/RS, foi realizada no dia 3 de maio, durante as fortes chuvas que culminaram na gravíssima emergência pela qual passa o estado do Rio Grande do Sul. Tal situação levou os professores a trabalharem, in loco e junto aos profissionais dos municípios fronteiriços, na identificação de estratégias para o enfrentamento da emergência climática e seus impactos sobre a Saúde Pública. O estado do Rio Grande do Sul vem registrando, de forma cada vez mais recorrente, eventos extremos, sejam secas prolongadas ou grandes volumes de chuvas localizadas, causando alagamentos e deslizamentos, com sérios impactos à saúde humana e ao ambiente – evidências da crise climática global.

Pela parte brasileira, o Programa é coordenado pelos professores Frederico Peres (Cesteh/ENSP) e Fernando Verani (DEMQS/ENSP). Também fazer parte da equipe os professores André Périssé (DENSP/ENSP), Gideon Borges (VDE/ENSP) e José Wellington Gomes de Araújo (DEMQS/ENSP). Pela parte uruguaia, coordenam o Programa as professoras da Udelar Alicia Alemán (diretora do DMPyS) e Graciela Castellano, que contam com a participação das professoras Janet Trujillo, Griselda Bittar e Marisa Buglioli.


Histórico

Desde março de 2017, a ENSP/Fiocruz, em parceria com a Unidade Acadêmica de Medicina Preventiva e Social da Universidade da República (DMPyS/FM/Udelar), do Uruguai, desenvolve o Programa de Formação em Saúde Pública para trabalhadores de saúde que atuam em municípios da fronteira entre Brasil e Uruguai. Na primeira etapa, realizada ao longo de 2017, foram formados 27 profissionais de ambos os países, que passaram a atuar como referência para processos de formação junto a equipes de saúde, com ênfase na Atenção Primária. Na segunda etapa, em 2018, esses profissionais, com supervisão de professores da ENSP e da Udelar, ampliaram o escopo formativo para suas equipes, abrangendo cerca de 200 trabalhadores da saúde.


As duas primeiras etapas do Programa evidenciaram a necessidade de uma formação avançada em epidemiologia, o que levou à oferta do Programa de Mestrado Profissional em Epidemiologia em Saúde Pública da ENSP dirigida a docentes da Udelar, entre 2018 e 2021. As fases de elaboração e defesa das dissertações foram impactadas fortemente pela pandemia de Covid-19.

Com a retomada gradual das atividades presenciais e de viagens internacionais, em 2022 foi iniciada a discussão para uma nova etapa do Programa de Formação, com ênfase no Fortalecimento da Vigilância Participativa, de Base Comunitária, das Emergências de Saúde Pública. Como estratégia de organização do programa acadêmico, foram realizadas cinco oficinas de trabalho virtuais ao longo de 2023, das quais participaram 67 profissionais, entre trabalhadores da saúde de quatro municípios fronteiriços (dois do Brasil, dois do Uruguai), além de professores da ENSP e da Udelar. 





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