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Centro de Recuperação Pulmonar do Cesteh/ENSP atende mais de 200 pessoas em um ano

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Publicado em:26/01/2024

Por João Guilherme Tuasco*

Durante pouco mais de um ano em funcionamento, o Centro de Recuperação Pulmonar (CRP) do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP/Fiocruz) atendeu 224 pessoas com sintomas de Covid longa. Responsável pelo acompanhamento clínico de pacientes com sequelas respiratórias do coronavírus, o CRP conta com uma equipe de médicos, enfermeiros, farmacêutico e assistentes sociais. O local atende a pessoas que estiveram internadas por Covid-19 no Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) e desenvolveram o quadro longo da doença.  

A Covid longa prejudica funções respiratórias, cardiovasculares e neurológicas até dois anos depois da infecção. No Brasil, quase 60% das pessoas que infectadas por Covid-19 tiveram sequelas duradouras, segundo pesquisadores da Fiocruz. A maior parte das queixas registradas no CRP são relativas ao cansaço sentido pelos pacientes que tiveram comprometimento dos pulmões no período agudo da doença. Encontrado em poucas unidades públicas, uma ferramenta fundamental no atendimento a essas pessoas está disponível no CRP: o plestimógrafo. O equipamento faz um diagnóstico completo das funções respiratórias, unindo procedimentos de espirometria e difusão, que avaliam o volume pulmonar e as trocas gasosas no pulmão.  

 
O acompanhamento clínico realizado no Centro de Recuperação Pulmonar faz parte da pesquisa desenvolvida pelo INI, que busca compreender os impactos da Covid longa. “Esse trabalho é uma ferramenta importantíssima para a gente conhecer, criar diretrizes nacionais e auxiliar a rede de saúde no manejo desses pacientes”, afirma a pesquisadora da ENSP Telma Goldenberg, que assumiu recentemente a coordenação do CRP. Além disso, a partir dos trabalhos do setor, o Cesteh está desenvolvendo um guia de avaliação da Covid longa para trabalhadores que atuaram durante a pandemia.
 
Pesquisadora Telma Goldenberg

Ao chegar no Centro, o paciente responde a um questionário, checa os sinais vitais e realiza exames trimestrais para verificar a capacidade pulmonar. No mesmo espaço do CRP, está instalado o Centro de Apoio ao Diagnóstico e Vigilância de Trabalhadores Expostos às Poeiras Minerais, criado em 2020. Lá, são atendidos os trabalhadores com pneumoconiose, doenças respiratórias decorrentes da inalação do pó de minerais como amianto. Por conta da experiência na área, o Cesteh criou o Centro de Recuperação Pulmonar em 2022, na gestão de Luiz Cláudio Meirelles. Ele destaca que a implementação do Centro foi possível graças à trajetória de projetos realizados pelo pesquisador Hermano Castro, atual vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz), na luta contra o amianto. 

Atual chefe do Cesteh, Rita Mattos afirma que os dois centros são “essenciais para avaliação da saúde dos trabalhadores”. Entre 2020 e 2023, 435 pacientes foram atendidos no Centro de Apoio ao Diagnóstico e Vigilância de Trabalhadores Expostos às Poeiras Minerais. Eles foram encaminhados da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea) e do Ministério Público para serem acompanhados pela estrutura de referência do Cesteh.  

*Sob supervisão da jornalista Barbara Souza 

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