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ENSP oferta disciplina de Estágio em docência buscando unir prática e teoria

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Publicado em:07/06/2023

Os Programas de Pós-Graduação da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) ganharam uma nova disciplina. Trata-se do Estágio em docência, ofertado de forma transversal a todos os alunos dos cursos de mestrado e doutorado dos Programas de Saúde PúblicaSaúde Publica e Meio Ambiente e Epidemiologia em Saúde Pública, além de algumas especializações. Segundo a coordenação da disciplina, a docência no ensino superior exige formação profissional. Desta forma, o principal objetivo do Estágio em docência é promover a aproximação da prática, com saberes didáticos e pedagógicos em articulação com o contexto sociopolítico e institucional e com os sujeitos que fazem parte dele.  

De acordo com Joviana Avanci, responsável pela disciplina e coordenadora do Programa de Stricto Sensu, da Vice-Direção de Ensino da ENSP, a disciplina possui natureza teórico-prática e foi organizada com objetivo de potencializar o processo de formação para a docência, com foco no nível superior no campo da saúde, buscando contribuir para a formação de docentes capazes de promover uma educação crítica e competente, no que diz respeito à construção de uma sociedade saudável e sustentável. 

“Na parte teórica a disciplina trabalha temas que fundamentam teoricamente a docência, como: trabalho e formação docente; planejamento educacional; reflexões sobre currículos; metodologias ativas e recursos educacionais; e avaliação educacional. Já na parte prática, os alunos atuam como estagiários em disciplinas dos Programas de Pós-graduação Stricto Sensu da ENSP e em Programas de instituições parceiras”, explicou Avanci. Para Joviana, a nova proposta busca capacitar alunos de todos os programas da ENSP na docência, e também é uma experiência muito importante, pois promove a formação com os professores, atuando com os alunos na formação docente do o futuro professor.

A disciplina Estágio em docência conta também com a colaboração dos professores Moacyr Torres Junior, Susi Franco Coutinho Pinheiro, Adriana Coimbra Buin Lins e Cleide Leitão na parte teórica, através da Comunidade de Estágio em docência. Com carga horária de 120 horas, a disciplina foi planejada a partir de um levantamento dos alunos de turmas anteriores que identificaram assuntos no campo da educação que sentiam necessidade de estudar e aprofundar, com o objetivo de subsidiar atividades desenvolvidas na disciplina que acompanhavam na condição de estagiários.

A importância de unir prática e teoria

Para a pesquisadora da ENSP, Claudia Osório, uma das professoras da disciplina, a oferta que já existia como prática ficou ainda melhor com alunos e professores mais envolvidos no processo prático, possibilitando aos discentes, mesmo antes da diplomação, exercerem a função da docência. "O que já era muito bom ficou ainda melhor. A disciplina oferecia uma parte teórica organizada e ofertada com o apoio da Coordenação de Desenvolvimento Educacional e à Distância (CDEAD), que era o Estágio em docência 1, com aporte prático e teórico. Ele evoluiu para o Estágio em docência 2, no qual o aluno faz mais um semestre de prática. Nesta disciplina, os alunos tem a oportunidade de aprender, ouvir e elaborar a parte teórica para exercer a vivência nos estágios que vão atuar como professores e este processo é um aprendizado muito importante para a docência", destacou Osório. 

Docência com acolhimento

A pesquisadora da ENSP, Eliana Napoleão, professora do Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente da Escola, alertou que o professor, no seu dia a dia, lida com a diversidade de personalidades e expectativas dos alunos. Esses alunos, além da participação na mediação pedagógica para a construção do aprendizado, precisam saber lidar com situações estressantes e momentos de adversidade em sua caminhada formativa. “Desta forma, também é necessário ao docente o empenho na construção de um ambiente de formação acolhedor. Além da habilidade para perceber aqueles indivíduos sob, ou entrando, em sofrimento ou esgotamento, ou que sentem que a exigência a que estão submetidos é maior do que seus meios para enfrentá-la”, advertiu ela.

Segundo a professora, a disciplina obrigatória de Seminários Avançados I, do Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP, subsidia o formando com elementos de base e na construção de um projeto qualificável. Eliana participa da experiência da supervisão de estagiários em docência com discentes doutorandos do Programa de Saúde Pública de Meio Ambiente, desde 2019. Para ela, o discente-estagiário em docência é quem está em foco na disciplina, mas, ambas as partes (discente-estagiário e docente-supervisor) constroem conhecimento no processo de formação e prática docente. 

“O discente-estagiário, além de aprender atividades docentes e aplicar estratégias educacionais sob a supervisão do docente, soma por trazer seus saberes inerentes e carregar consigo os prazeres e percalços do percurso acadêmico. Se o discente-estagiário encontrar na supervisão uma relação respeitosa, de confiança e apoio pessoal, aberta à reflexão sobre o próprio ensino e estratégias pedagógicas aplicadas (sem assimetria de poder), todos saem fortalecidos. Nesses anos de convívio com a experiência para o desenvolvimento de habilidades docente, considero que a disciplina Estágio em Docência não só tem dado condições para o alcance de seus objetivos, mas também para a reflexão docente e desenvolvimento de uma empatia assertiva. Que fortalece a confiança e autoestima do discente-estagiário em sua formação para a saúde”, comemorou a professora.

Orientação e docência 

Professora da disciplina no âmbito do Curso de Especialização em Saúde Pública (CESP), a pesquisadora da ENSP, Karla Costa, explicou que a disciplina vem sendo oferecida aos alunos desde 2020, com cerca de 6 vagas disponíveis por turma. “Os estagiários em docência ficam conosco na Unidade de Aprendizagem Transversal (UAT) que se chama ‘Pesquisa e Produção de Conhecimento em Saúde’, onde participam ativamente de grupos de orientação. Nos grupos de orientação desenvolvem atividades de apoio à construção de projetos de pesquisa de alunos e alunas do CESP, desde o início da escrita cientifica com definição de tema e objeto de pesquisa até o momento de apresentação do TCC. Sendo assim, os estagiários assumem o papel de co-orientadores desses TCCs. Os grupos de orientação sempre são supervisionados por docentes do CESP”, detalhou Karla.  

Para a professora, a oportunidade é fundamental para o processo de integração da Escola, pois promove um estreitamento entre as relações do programas lato e stricto sensu. Mas, também, por representar uma possibilidade de formação para o corpo docente do CESP e para os estagiários em docência.


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