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Cronograma do Programa Nacional de Vacinação de 2023 repercute na ENSP

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Publicado em:07/02/2023
Por Barbara Souza

O anúncio do cronograma do Programa Nacional de Vacinação de 2023 pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (1/02) repercutiu de forma muito positiva na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz). “Nós saudamos com louvor essa divulgação e reafirmamos nossa confiança nas autoridades públicas”, disse a vice-diretora de Ambulatórios e Laboratórios de Saúde Pública (VDAL/ENSP), Fátima Rocha. O cronograma prevê o início das ações em 27 de fevereiro, com a vacinação com doses de reforço bivalentes contra a Covid-19 em pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da doença, como idosos e pessoas com deficiência. Também está prevista a intensificação na campanha de Influenza, em abril, antes da chegada do inverno, quando crescem os casos de doenças respiratórias. Em maio, haverá ação de multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas. 



Fátima Rocha destaca a relevância das estratégias de comunicação e educação em sáude ao longo do cumprimento do cronograma. “Será fundamental para o trabalho de qualificação da importância da imunização para a vida, para o cuidado coletivo. A imunização é isto: quando alguém se vacina não protege apenas a si mesmo, mas também outros. É uma proteção coletiva. E este é um valor importante que acabou sendo desconsiderado principalmente nos últimos anos”, ressaltou a vice-diretora. 

O papel dos profissionais de saúde a partir deste momento é outro ponto sublinhado por Fátima Rocha. “Não temos dúvidas de que, após esse período de resistência, vamos com mais energia e mais possibilidades ampliar o acesso à vacinação. Os trabalhadores da saúde precisam e merecem ser valorizados por sua grande contribuição, pois eles sempre foram os guardiões desse cuidado. Eles serão fundamentais na retomada da confiança e do entendimento sobre a relevância da vacinação”, declarou. 

Os trabalhadores e trabalhadoras da saúde fazem parte do público-alvo da primeira etapa do cronograma, portanto, receberão a dose de reforço com a vacina bivalente contra a Covid-19. Também estão nesse grupo prioritário pessoas com mais de 60 anos, gestantes e puérperas, pacientes imunocomprometidos, pessoas com deficiência, pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILP), povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas. O Ministério da Saúde estima que esse grupo some 52 milhões de pessoas. 

Pesquisadora do Departamento de Ciências Sociais da ENSP, Elyne Engstrom também avalia positivamente a divulgação do cronograma. Ela lembra que a vacinação ocorre de forma contínua nas unidades de saúde, mas defende que é preciso “organizar ofertas específicas e também fazer uma mobilização nacional em relação às vacinas”. Elyne acredita ainda que a iniciativa vai contribuir para o planejamento de toda a cadeia de envolvidos na vacinação. “A ascensão de doenças que são evitáveis com as vacinas, como o sarampo, além da influenza e da Covid-19, por exemplo, torna ainda mais complexo tanto o quadro do adoecimento da população quanto o calendário de vacinação para os diferentes públicos de acordo com faixa etária e condições de comorbidade. O cronograma permite mais planejamento por exemplo, da oferta dessas vacinas, para que haja estoque e distribuição para as unidades. Também possibilita uma comunicação mais direta e mais planejada com os serviços de saúde, com os profissionais e com a população. Espero que, com isso, tenhamos melhora nos índices de cobertura vacinal”, afirmou.

As etapas e fases definidas no cronograma foram organizadas de acordo com os estoques existentes, as novas encomendas realizadas e os compromissos de entregas assumidos pelos fabricantes das vacinas. O cronograma foi pactuado durante várias reuniões, desde o começo do ano, com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), técnicos e especialistas da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (Ctai) e na primeira reunião de 2023 da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), e pode ser alterado, adiantado ou sobreposto, caso o cenário de entregas seja modificado ou tão logo novos laboratórios tenham suas solicitações aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Veja o cronograma de cinco etapas:

Etapa 1 - fevereiro
Vacinação contra Covid-19 (reforço com a vacina bivalente)
Público-alvo:
• Pessoas com maior risco de formas graves de Covid-19;
• Pessoas com mais de 60 anos;
• Gestantes e puérperas;
• Pacientes imunocomprometidos;
• Pessoas com deficiência;
• Pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILP);
• Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
• Trabalhadores e trabalhadoras da saúde.

Etapa 2 - março
Intensificação da vacinação contra Covid-19
Público alvo:
• Toda a população com mais de 12 anos.

Etapa 3 – março
Intensificação da vacinação de Covid-19 entre crianças e adolescentes
Público alvo:
• Crianças de 6 meses a 17 anos.
Estratégias e ações:
• Mobilizar a comunidade escolar, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio com duas semanas de atividades de mobilização e orientação; comunicar estudantes, pais e responsáveis sobre a necessidade de levar a Caderneta de Vacinação para avaliação; 

Etapa 4 – abril
Vacinação de Influenza
Público-alvo:
• Pessoas com mais de 60 anos;
• Adolescentes em medidas socioeducativas;
• Caminhoneiros e caminhoneiras;
• Crianças de 6 meses a 4 anos;
• Forças Armadas;
• Forças de Segurança e Salvamento;
• Gestantes e puérperas;
• Pessoas com deficiência;
• Pessoas com comorbidades;
• População privada de liberdade;
• Povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
• Professoras e professores;
• Profissionais de transporte coletivo;
• Profissionais portuários;
• Profissionais do Sistema de Privação de Liberdade;
• Trabalhadoras e trabalhadores da saúde.

Etapa 5 - maio
Multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas
Estratégias e ações:
• Mobilizar a comunidade escolar, com duas semanas de atividades de mobilização e orientação; reduzir bolsões de não vacinados; comunicar estudantes, pais e responsáveis sobre a necessidade de levar a Caderneta de Vacinação para avaliação; 

Baixa cobertura

O Brasil, considerado um país pioneiro em campanhas de vacinação, desde 2016, vem apresentando retrocessos nesse campo. Praticamente todas as coberturas vacinais estão abaixo da meta. Por isso, o objetivo é retomar os altos percentuais de proteção. Veja na tabela as coberturas vacinais por tipo de vacinas, por ano e por grupo no Brasil, de 2012 a 2022:




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