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ENSP e universidade japonesa estudam parceria sobre contaminação por mercúrio

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Publicado em:30/09/2022
A Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca recebeu, na última quarta-feira (21/9), o professor Kunihiko Yoshida, da Universidade de Hokkaido, no Japão. A visita, que teve o objetivo de apresentar os projetos sobre contaminação por mercúrio desenvolvidos pela equipe dos pesquisadores Paulo Basta e Sandra Hacon, resultará na assinatura de um memorando de entendimento entre as duas instituições tendo em vista a elaboração de atividades de pesquisa e cooperação relacionadas aos impactos da exposição ao mercúrio na Amazônia e a tragédia de Minamata, ocorrida na década de 1950, no Japão. Durante a visita, além de conhecer a estrutura da Fiocruz e as ações desenvolvidas pela instituição no enfrentamento à pandemia de Covid-19, o professor japonês visitou o Laboratório de Toxicologia do Cesteh/ENSP.


Advogado e especialista em direito ambiental e saúde, Kunihiko Yoshida foi recepcionado pela vice-diretora da Escola de Governo em Saúde da ENSP, Marismary Horsth De Seta, pelo pesquisador do Departamento de Endemias Samuel Pessoa (Densp), Paulo Basta, pelo assessor de Cooperação Internacional da EGS, Felippe Amarante, e pelo coordenador de Comunicação da ENSP, Filipe Leonel. Na primeira parte da visita, o pesquisador do Densp falou sobre a invasão do garimpo nas terras indígenas e apresentou os estudos desenvolvidos pelo seu grupo de pesquisa sobre os impactos causados pela mineração ilegal e o uso indiscriminado do mercúrio nas populações indígenas Yanomami e Munduruku, além da forte presença do metal nos rios e peixes da região Amazônica. 

“O professor Yoshida tem interesse particular na doença de Minamata, uma síndrome neurológica causada por severos sintomas de envenenamento por mercúrio, no Japão e outros locais do planeta. Ele deseja conhecer a realidade do Brasil, sobretudo as consequências das contaminações por mercúrio nos povos indígenas da Amazônia”, detalhou Paulo Basta.
 
A vice-diretora da EGS, Marismary Horsth De Seta, apresentou as áreas de atuação da Fiocruz destacando a presença da instituição no território nacional, o trabalho de cooperação desenvolvido com universidades nacionais e internacionais e a atuação em rede com as escolas e centros formadores em saúde pública no país. A pesquisadora destacou a importância do SUS no enfrentamento à pandemia de Covid-19, mas também alertou para o desmatamento na Amazônia, o processo de desindustrialização do país e o incentivo de órgãos do governo à mineração ilegal. 

O professor Kunihiko Yoshida afirmou que Brasil e Japão possuem laços históricos muito fortes. “Temos muto a aprender trabalhando juntos”, desejou. Ele revelou que o Brasil recebe uma atenção especial de todo o mundo, especialmente pela vasta riqueza ambiental, e classificou a Amazônia como um tesouro natural da humanidade. No que se refere à visita e à assinatura do memorando de entendimento, manifestou a intenção de atuar no combate à mineração ilegal a nível internacional e a trabalhar em conjunto no compartilhamento de informações sobre os brasileiros com a doença de minamata. Além disso, também falou sobre a possibilidade de parceria entre os países para auxílio aos povos indígenas.



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