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Estudo da ENSP avança com atividades presenciais para a VAN em Municípios de Minas Gerais

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Publicado em:26/09/2022
No mês de junho deste ano, a equipe da pesquisa “Avaliação participativa da implantação da Vigilância Alimentar e Nutricional na Atenção Primária à Saúde em municípios de grande porte de Minas Gerais” concretizou diferentes atividades em Montes Claros e Uberlândia. Esses municípios são os cenários locais de implementação do estudo avaliativo que vem sendo desenvolvido desde 2020 a partir de uma metodologia participativa e dialógica tendo como principais articuladores os representantes dos Comitês Gestores da Pesquisa (CGPs) - o estadual e os locais. 

                                                                                                                                                                                Montes Claros

Durante essas últimas visitas de campo, o objetivo foi continuar com o desenvolvimento do projeto com foco na produção de dados nos territórios. Essa etapa também estreitou os laços com parceiros da pesquisa e os serviços de saúde municipais. A agenda de trabalho enfatizou três atividades que envolveram gestores locais, trabalhadores da Atenção Primária à Saúde (APS) e representantes de movimentos sociais. 

A primeira dessas atividades foi a realização de oficinas de formação em Monitoramento e Avaliação (M&A) com foco na Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) com profissionais da APS. A segunda foi a concretização de visitas de observação e verificação de equipamentos e recursos relativos à VAN em diferentes Unidades Básicas de Saúde (UBS). Já a terceira foi a coleta de dados por meio de entrevistas com gestores de diferentes áreas dos municípios e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

O material resultante dessa etapa em campo pretende fornecer informações fundamentais para responder a Matriz de Análise e Julgamento da avaliação, instrumento que permite conhecer em que medida a VAN está implantada em cada município. Essas ferramentas, uma vez propostas pela equipe de pesquisa, são comentadas e validadas pelos CGPs, que vêm se reunindo mensalmente há mais de um ano. Desta maneira, a dinâmica desenvolvida pelo projeto reforça o seu caráter participativo, visando construir mediações para que a avaliação influa e possa ser utilizada conforme necessidades reais de cada contexto. 

Tal como menciona Santuzza Vitorino, coordenadora executiva do projeto, a instância presencial nos municípios foi muito rica já que “nos possibilitou colocar em prática toda a construção teórica que foi desenvolvida de forma coletiva, com os participantes dos CGP estadual e de Uberlândia e Montes Claros, desde 2021. Além de terem contribuído para a parte teórica da pesquisa, os integrantes dos comitês foram fundamentais para a operacionalização desta etapa, articulando entrevistas com atores estratégicos de outros setores, convidando profissionais para a oficina de M&A, disponibilizando espaço físico para realização das atividades, entre outras”. 

                                                                                                                                                                                Uberlândia

Porém alguns desafios foram também elencados pela equipe. Carla Marques e Micaela Alves, assistentes de pesquisa, sinalizaram a complexidade do trabalho avaliativo participativo na hora de construir e apresentar os produtos de pesquisa, no caso, a Matriz de Análise e Julgamento respondida. “Acreditamos que, nós como avaliadoras/facilitadoras, tivemos desafios na articulação da participação dos CGPs na construção da Matriz a partir da inserção das sugestões dos/das participantes, desempenhando o papel de tradutoras do conhecimento. A incorporação da equidade como dimensão da avaliação da VAN foi também um desafio. Além disso, após as contribuições, acreditamos que a Matriz ganhou robustez e mais significado para os participantes, trazendo um grande volume de dados coletados”. 

Por sua parte, Marly Cruz, coordenadora do projeto, enfatizou as contribuições do estudo para testar e melhorar processos avaliativos de políticas públicas em saúde, especificamente, na área da VAN. “Essa pesquisa avaliativa participativa da VAN tem sido tão complexa, mas tem possibilitado uma troca muito intensa e profícua entre todos os seus participantes, na medida em que estamos num processo interativo e dialógico permanente de coprodução das diferentes etapas da avaliação. Para nós avaliadores é estratégico ocupar o lugar de lugar de facilitadores e tradutores numa pesquisa em ação, pois visamos, sobretudo, o envolvimento dos atores e garantir os seus usos para a melhoria de uma política tão fundamental nos dias atuais, para o enfrentamento da insegurança alimentar, não só para os dois municípios-caso, como para todo o país”

Durante julho e agosto o projeto concentra suas ações na preparação e apresentação dos resultados da etapa de campo. Tal como mencionado, os CGPs locais e estadual terão um papel ativo nas discussões e construção dos desfechos do estudo, incluindo a análise dos dados, definição de recomendações e disseminação dos resultados. Pretende-se também avançar no planejamento das estratégias de disseminação para que esses resultados possam ser conhecidos em outros âmbitos acadêmicos e de gestão e prática em APS. 

Fotos
OFicina presencial do Comitê Gestor d CGP-MOC e UDI e oficina de Monitoramento e Avaliação (M&A) com profissionais de saúde 

Foto capa: Prefeitura da Uberlândia 

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