Ceensp debate parceria estratégica de integração de políticas de saúde com vistas à Conferência Nacional de Saúde
A vice-diretora de Pesquisa e Inovação da ENSP, Luciana Dias, deu início ao evento destacando que o Integra é motivo de orgulho para a ENSP e a Fiocruz devido à importância estratégica que a promoção da integração entre políticas e práticas entre três grandes áreas - Vigilância em Saúde; Assistência Farmacêutica; Ciência, Tecnologia, Inovação em Saúde – possui no cenário atual. “A pandemia nos ensinou que essas três áreas devem caminhar juntas para que possamos enfrentar, de modo adequado, problemas que atingem a nossa população. Mas a relevância desse projeto também está na sua forma de execução, que envolve esforços de articulação e colaboração”, disse.
Coordenadora do Ceensp, Daniela Moulin ressaltou que o Integra é um projeto inovador e de grande relevância, por buscar o fortalecimento e a integração entre as políticas e práticas de saúde em diferentes setores da sociedade.
Em seguida, o chefe do NAF/ENSP e mediador do Ceensp, Jorge Bermudez, contou sobre como o Integra surgiu, falou das conquistas e perdas da Fiocruz e destacou o Integra como mais uma nova iniciativa em direção ao fortalecimento de políticas públicas. “Tenho certeza de que essa parceria não se esgota nas realizações do passado ou nas ações do presente. É uma parceria estratégica, sólida, e não circunstancial ou conjuntural, mas para sempre. E hoje ela se expressa no Projeto Integra”, afirmou.
Objetivo e desafios do Projeto Integra
A professora da UFSC/EnFAR, Silvana Nair Leite Contezini. traçou um histórico da 16a Conferência Nacional de Saúde (CNS), a partir de 2018, e chamou a atenção para o impacto social que a Ciência e Tecnologia e a Assistência Farmacêutica têm. “As proposições discutidas e construídas ao longo de 2018 para as temáticas de C&T e da Assistência Farmacêutica apareceram fortemente entre as moções e as propostas aprovadas, mostrando que são um tema importante para o controle social, pois foram amplamente adotadas no âmbito do controle social”, disse. Ela relembrou que, após 2018, o cenário se agravou no Brasil, por questões que foram colocadas anteriormente como ações urgentes que teriam impacto significativo para a saúde. “Esse cenário baseado no que vínhamos construindo colocou a necessidade de darmos continuidade a essa proposta de trazer as temáticas, incluindo a Vigilância em Saúde muito fortemente para o âmbito da sociedade, no sentido de qualificar a informação em saúde”, disse.
Em seguida, Silvana chamou a atenção para os desafios do projeto Integra, que, segundo ela, precisa ainda superar a fragmentação do conhecimento e da prática envolvendo também a população que vivencia o problema, na busca de soluções compartilhadas. Para a professora, é necessário também que o projeto realize um debate com a integração das três áreas que ele engloba, com mobilização social, proposição de ações políticas e formação de lideranças nas políticas públicas de saúde, além de contribuir para o fortalecimento e integração das políticas e práticas de saúde em diferentes setores da sociedade (movimentos sociais, controle social e profissionais de saúde).
A professora também discorreu sobre as três fases para o alcance dos objetivos do Projeto Integra, além da metodologia e resultados esperados da iniciativa. O projeto tem como objetivo promover estratégias para a integração de políticas e práticas da Vigilância em Saúde; Assistência Farmacêutica; e Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde. É organizado pela Fiocruz, pela Escola Nacional dos Farmacêuticos e pelo Conselho Nacional de Saúde, com apoio da Organização Panamericana de Saúde (Opas).
Silvana comentou que, nos dias 15 e 16 de setembro, vai acontecer o Simpósio Nacional de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica, que está sendo preparado pela coordenação do Projeto Integra.
O Projeto Integra surgiu em 2021, em pleno contexto da pandemia de Covid-19, e atualmente está em sua segunda fase, quando estão acontecendo encontros regionais presenciais em sete capitais brasileiras. Antes, na primeira fase, mais de 700 pessoas de todos o país foram capacitadas de forma online, em um curso com duração de oito semanas.
Os encontros do Projeto Integra reúnem conselheiros de saúde, integrantes dos movimentos sociais e das entidades da sociedade civil organizada, profissionais e gestores da saúde, professores, pesquisadores e estudantes, para discutir temas relevantes para a saúde pública do país.
Em seguida, o assessor da Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS/Fiocruz), Jorge Costa, destacou que a organização das três fases do projeto Integra denotou o quão diverso é o Brasil e as necessidades de suas regiões. ”O projeto nos mostrou um grande desafio: propor intervenções políticas que atendam as necessidades das grandes capitais e também as necessidades da população que mora no interior do país, na Região Amazônica. Isso é um bom desafio para nós, que somos ditos pensadores da saúde pública, no sentido de propor ações nas três esferas de governo”, disse.
Ele também ressaltou que, em todas as fases do projeto, foi apontada a fragilidade no sistema de produção de medicamentos e fármacos no Brasil. “Antes da pandemia, a população já pressentia a dificuldade e a fragilidade da saúde pública brasileira, em função da forte dependência da importação de insumos para a área da saúde. E, quase dois anos depois, vivenciamos a fragilidade do país em função dessa forte dependência”, afirmou.
Assista, abaixo, à transmissão completa do Ceensp:
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