Pesquisa reúne diferentes atores para aprimorar vigilância alimentar e nutricional em MG
Os municípios de Montes Claros e Uberlândia, no estado de Minas Gerais, concentrarão a nova fase da pesquisa “Avaliação da Implantação da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) na Atenção Primária à Saúde (APS) em municípios de grande porte populacional de Minas Gerais”. A proposta atual será desenvolvida por meio de uma metodologia participativa com diferentes atores locais envolvidos com a VAN. O trabalho, conduzido pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) desde 2016, é coordenado pelas pesquisadoras Marly Marques da Cruz e Santuzza Arreguy Silva Vitorino, do Laboratório de Avaliação de Situações Endêmicas Regionais (Laser/ENSP).A proposta atual consiste no desenvolvimento de uma pesquisa avaliativa, do tipo análise de usos e influências, que pretende investigar os processos de produção e translação do conhecimento a serem desenvolvidos durante a realização da pesquisa de Avaliação do processo de implantação da VAN. Diante da situação de emergência sanitária com a pandemia da Covid-19, a VAN, objeto de avaliação desta pesquisa, é um importante instrumento de monitoramento da população em situação de insegurança alimentar e nutricional, que pode contribuir para o melhor direcionamento das estratégias de combate à fome e à miséria.
Os participantes da pesquisa serão constituídos por gestores, profissionais da saúde que atuam na APS, representantes de usuários e pesquisadores, envolvidos em um primeiro momento a partir da constituição dos comitês gestores da pesquisa. “A principal proposta compreende não só a ampla participação das diferentes instâncias nas esferas estadual, regional e municipal de saúde, mas também de representantes dos usuários da Vigilância Alimentar e Nutricional, como os Conselhos Municipais de Saúde, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional e o Ministério Público estadual, por exemplo”, explicou a pesquisadora Marly.
A execução da avaliação de implantação, de característica formativa, consistirá na elaboração e desenvolvimento, em parceria com a SES-MG, de oficinas de aperfeiçoamento em Monitoramento e Avaliação de políticas públicas com foco na VAN. Para a coordenação, a intenção é produzir resultados de acordo com a realidade das localidades, instrumentalizando gestores para uma melhor tomada de decisão e fazendo com que os beneficiários da pesquisa entendam os resultados produzidos e as mudanças necessárias para aprimorar a VAN na atenção primária à saúde. “Nosso desejo é inverter a lógica. Não queremos produzir conhecimento para depois disseminá-los; desejamos produzir em conjunto e trazer os beneficiários pra dentro da pesquisa num processo de coprodução e maior possibilidade de utilização”.
A pesquisa Avaliação da implantação da Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) na Atenção Primária à Saúde (APS) em Minas Gerais
O estudo, iniciado em 2016, no estado de Minas Gerais, incluiu duas regiões sanitárias: Teófilo Otoni (nordeste) e Pouso Alegre (sul). No total, 85 municípios integraram as oficinas de monitoramento e avaliação da VAN realizadas com mais de 200 pessoas entre coordenadores de APS, profissionais da saúde, digitadores e usuários. Nesses encontros, modelos lógicos operacionais de VAN foram elaborados. Além disso, na Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a mesma metodologia de avaliação foi utilizada para discutir a implantação da VAN no nível estadual e validar o modelo operacional nesse âmbito de atuação.
A pesquisa está sendo desenvolvida pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) e compõe a rede de pesquisas do Programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão à Saúde (PMA). O PMA é uma ação estratégica da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz para fomentar, induzir e gerir redes que integrem o saber científico às práticas de saúde, a fim de contribuir para a melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS).
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