Observatório sobre as Estratégias da Indústria do Tabaco cria seção sobre a Covid-19
Publicado em:24/04/2020
O Observatório sobre as Estratégias da Indústria do Tabaco, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), inaugurou a seção “Indústria do Tabaco e Covid-19”, cujo objetivo é reunir documentos e notícias que denunciem as manobras de manipulação da opinião pública para ganhar respeitabilidade e criar a sensação de “responsabilidade social” das empresas.
Para a pesquisadora Silvana Turci, coordenadora do Observatório, a autopromoção é uma das estratégias mais usadas pela IT, e o Observatório do Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde da ENSP está atento a esse tipo de iniciativa que objetiva manipular a opinião pública.
“Em 2019, a indústria fez uma doação de Cerca de 2 mil agasalhos à Associação Educacional e Social para Crianças e Adolescentes de Santa Cruz do Sul (Aesca), que atende mais de mil crianças e adolescentes, de 12 bairros periféricos da cidade. A ação é uma iniciativa do Programa Voluntários do Bem (PVB), idealizado por colaboradores da Japan Tobacco International (JTI). O projeto faz parte da estratégia global da empresa, que prevê o trabalho voluntário como uma ação importante no plano de sustentabilidade da JTI. Em 2020, aproveitando a falta de insumos para o combate ao Coronavírus e usando a tática de Responsabilidade Social Corporativa. A Philip Morris do Brasil está doando à Prefeitura de Sta. Cruz do Sul (RS) álcool em gel e 500 mil reais para serem usados nos hospitais. Esse tipo de ação demonstra que as empresas de tabaco estão sempre buscando uma oportunidade para se promoverem e fazerem manobras para capturar processos políticos”, denuncia a pesquisadora.
Manipular a opinião pública para ganhar uma aparência de respeitabilidade
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a manipulação da opinião pública faz parte dos esforços para inviabilizar ou enfraquecer as políticas de controle do tabaco. "Fumar mata – mas a indústria fumageira tem desenvolvido uma série de truques para manipular a opinião pública. Ao investir fundos em programas juvenis ou causas sociais disparatadas, tais como alívio de catástrofes naturais e grupos de conservação da natureza, suas empresas tiram o foco de seus produtos letais e ganham uma aura de respeitabilidade social", diz o comunicado da organização.
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