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'Aleitamento materno protege contra transtornos mentais', segundo artigo científico

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Publicado em:04/06/2019
'Aleitamento materno protege contra transtornos mentais', segundo artigo científico“O efeito protetor do aleitamento materno prolongado para a saúde mental de adolescentes enfatiza a importância do cuidado e da formação de vínculos afetivos no início da vida.” Essa evidência resultou de um estudo publicado no Cadernos de Saúde Pública de maio. O artigo, produzido com base no estudo desenvolvido pelos autores Caroline Rodrigues de Almeida, Evandro Silva Freire Coutinho, Daniela Alves Silva, Elizabete Regina Araújo de Oliveira, Katia Vergetti Bloch e Maria Carmen Viana, intitulado Exposição ao aleitamento materno e transtornos mentais comuns na adolescência, avaliou o efeito da exposição e do tempo de exposição ao aleitamento materno na ocorrência de transtornos mentais comuns (TMC) entre adolescentes escolares brasileiros. O trabalho analisou dados do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica), avaliando aqueles que tiveram o questionário referente ao aleitamento materno respondido pelos pais ou responsáveis.
 
Dentre os 41.723 adolescentes avaliados pela pesquisa, a maioria foi composta de estudantes do sexo feminino (54,6%), que tinham idade entre 12 e 15 anos (71%), estudavam em escolas públicas (83,1%), residiam na Região Sudeste (51,9%) e eram das classes econômicas B (53,8%) e C (34,1%). Cerca de metade das mães dos adolescentes não tinha o ensino médio completo (51,7%). O grupo de adolescentes com mais de seis meses de aleitamento materno (51,8%) apresentou menor prevalência de TMC, quando comparado com o grupo que não recebeu aleitamento materno ou o recebeu por período ≤ um mês. “O aleitamento materno prolongado parece desempenhar papel protetor no que diz respeito à ocorrência de TMC na adolescência.”
 
De acordo com o artigo, uma via possível de explicação de associação entre aleitamento materno e saúde mental poderia ser a composição do leite materno, rico em ácidos graxos essenciais, que são elementos fundamentais para o desenvolvimento cerebral. “A exposição a esses nutrientes parece estar relacionada a maiores níveis de habilidades cognitivas, medidas por testes que avaliam o quociente de inteligência (QI) em crianças, tendo sido encontrada uma associação entre baixo QI e depressão.”
Outra questão de destaque apontada pelos autores é o ambiente doméstico e/ou o cuidado materno na infância, direcionando suas explicações à afetividade proporcionada pela interação mãe/filho durante a amamentação, momento no qual a criança experimenta sensações semelhantes às vividas no período intrauterino, acalmando e fortalecendo os laços mãe/filho.
 
Em todo o mundo, conforme informa o artigo, entre 10 e 20% das crianças e adolescentes sofrem de transtornos mentais, frequentemente com sintomas persistentes e curso crônico, podendo levar ao comprometimento do bem-estar geral, do desenvolvimento físico e psicológico, e da capacidade intelectiva. “Isso impacta o seu desempenho no âmbito pessoal, social, ocupacional e familiar na vida adulta.”
 
Segundo o artigo, as estimativas de prevalência de transtornos mentais em crianças e adolescentes variam em função do sexo, idade, tipo de transtorno avaliado e da população estudada, além de depender dos instrumentos de avaliação utilizados. 
 
“Sabe-se que características familiares, sociais, econômicas e psicológicas, assim como a exposição a experiências adversas na infância, são fatores que influenciam o desenvolvimento de problemas de comportamento e de transtornos mentais durante a adolescência”, observa o artigo. Ainda diz que diversos autores identificaram o papel protetor da amamentação na redução de estresse psicológico, sintomas de depressão/ansiedade, transtorno do déficit de atenção e depressão maior em crianças e adolescentes.
 
O texto indica a necessidade de fortalecer a implantação e manutenção de políticas públicas que valorizem e estimulem o aleitamento materno prolongado. Além disso, acrescenta o artigo, sendo elevada a prevalência de TMC entre adolescentes e considerando sua persistência e potencial de gerar incapacitação, é premente a necessidade de promover medidas e programas de promoção de saúde mental na população em geral, de organização de sistemas de vigilância para a identificação precoce e seguimento dos casos e, também, de ampliação da rede de serviços de saúde mental para assistir a essa população nas diversas regiões do Brasil.
 

Fonte: Artigo CSP

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