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Cep/ENSP debate questões éticas do filme 'A vida imortal de Henrietta Lacks'

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Publicado em:17/08/2017
Cep/ENSP debate questões éticas do filme 'A vida imortal de Henrietta Lacks'O Comitê de Ética em Pesquisa da ENSP está comemorando - ao longo de 2017 - seus 20 anos de atuação. Desde abril desse ano o Cep/ENSP promoveu atividades que debateram, entre outros assuntos, os direitos dos participantes de pesquisa no Brasil, a questão das pesquisas envolvendo seres humanos que lidam diretamente com coleta e análise de materiais biológicos, além da vulnerabilidade e sua interface nas pesquisas com seres humanos. A última atividade comemorativa realizada pelo Comitê de Ética foi o Cinebioética, com a exibição do filme 'A vida imortal de Henrietta Lacks', que conta a história de uma descendente de escravos, nascida em 1920, em uma fazenda de tabaco no interior da Virgínia, região sudeste dos Estado Unidos da América, e que descobre aos 30 anos, casada e mãe de cinco filhos, que tinha um câncer no colo do útero. Após a exibição do filme, houve debate com a participação do professor da Universidade da Região de Joinville (Univille) Paulo Henrique França. A coordenador do Cep/ENSP, Jennifer Braathen Salgueiro, mediou a atividades. 

Poucos meses após da descoberta da doença, o tumor no colo do útero se espalhou pelo corpo de Henrietta, que começou a se tratar no Hospital Johns Hopkins. Henrietta faleceu em 1951. A história do filme se desenrola a partir daí, no hospital, uma amostra do colo do útero de Henrietta havia sido extraída sem o seu conhecimento, e fornecida à equipe do médico George Gey. O médico demonstra que as células cancerígenas daquele tecido possuíam uma característica até então inédita, mesmo fora do corpo de Henrietta, multiplicavam-se num curto intervalo, tornando-se virtualmente imortais num meio de cultura adequado.

Devido a isso, as células 'HeLa', logo começaram a ser utilizadas nas pesquisas em universidades e centros de tecnologia. Como resultado, a produção da vacina contra a poliomielite e contra o vírus HPV, diversos medicamentos para o tratamento de câncer, de Aids e do mal de Parkinson, por exemplo, foram obtidos com a linhagem 'HeLa'. Apesar disso, os responsáveis jamais deram informações adequadas à família da doadora ou ofereceram qualquer compensação moral ou financeira pela massiva utilização das células.

Cep/ENSP debate questões éticas do filme 'A vida imortal de Henrietta Lacks'Após a exibição do filme o professor da Universidade da Região de Joinville (Univille), Paulo Henrique França, participou de um grande debate com os presentes. O professor fez uma breve contextualização sobre as questões expostas no filme, e também no livro, e destacou que a história das células ‘HeLa’ aborda raça, classe, ciência e ética. "Aos pobres e negros não é devido o mesmo grau de respeito?”, questionou ele. Paulo Henrique citou vários pontos que, segundo ele, permeiam a obra, como: coleta de material sem uso autorizado; violação do sigilo do prontuário médico, e ausência de retorno de benefícios aos participantes de pesquisa, entre outras.
 
Confira no vídeo o debate na íntegra. 
 

 

*Com informações da Livraria Cultura.


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