Pesquisa estuda efeitos genotóxicos da exposição a benzeno em trabalhadores
Estudar os efeitos genotóxicos decorrentes da exposição crônica a benzeno oriundos ambientalmente e ocupacionalmente dos vapores de gasolina foi o objetivo da pesquisa da aluna do Doutorado em Saúde Pública e Meio Ambiente da ENSP, Isabele Campos Costa Amaral, sob orientação das pesquisadoras Ariane Leites Larentis, Paula de Novaes Sarcinelli e Rita de Cássia Oliveira da Costa Mattos. Foi feita a comparação de uma população formada por trabalhadores expostos ocupacionalmente ao benzeno em baixas doses oriundos de postos revendedores de combustíveis da zona oeste do Rio de Janeiro, localizados na Área de Planejamento AP 5.3 do município do RJ, que compreende os bairros de Paciência, Santa Cruz e Sepetiba, e uma população exposta ambientalmente ao benzeno, sendo formada por trabalhadores das portarias terceirizados da Diretoria de Administração do Campus da Fiocruz.
O período estudado foi de 2015 a 2016. Segundo a aluna, apesar de ambas as populações serem expostas cronicamente ao benzeno, os trabalhadores dos postos de combustíveis estão submetidos a momentos de alta exposição durante o exercício de suas atividades de trabalho, caracterizando um maior risco de adoecimento, porém, isso não significa que os trabalhadores das portarias expostos ambientalmente a BTEX (grupo de compostos formado pelos hidrocarbonetos: benzeno, tolueno, etil-benzeno e os xilenos) não sejam levados também ao adoecimento.
O período estudado foi de 2015 a 2016. Segundo a aluna, apesar de ambas as populações serem expostas cronicamente ao benzeno, os trabalhadores dos postos de combustíveis estão submetidos a momentos de alta exposição durante o exercício de suas atividades de trabalho, caracterizando um maior risco de adoecimento, porém, isso não significa que os trabalhadores das portarias expostos ambientalmente a BTEX (grupo de compostos formado pelos hidrocarbonetos: benzeno, tolueno, etil-benzeno e os xilenos) não sejam levados também ao adoecimento.
Foram avaliados pela pesquisa a exposição ambiental dos níveis atmosféricos de benzeno no ar atmosférico; o indicador de exposição ácidos t,t-mucônico na urina (ATTM); os indicadores de estresse oxidativo, catalase (CAT), glutationa S-transferase (GST), superóxido dismutase (SOD), grupamento tiol (TIOL) e malondialdeído (MDA); e os indicador de genotoxicidade ensaio cometa (EC) usando a enzima de restrição FPG e aberrações cromissômicas (AC).
De acordo com o estudo, as avaliações ambiental e individual identificaram concentrações de benzeno no ar atmosférico dentro dos valores permitidos pela legislação em todos os postos de combustíveis e portarias avaliados. “Os resultados do Ácido Trans-Transmuconico (ATTM) não foram diferentes estatisticamente entre os grupos exposto ocupacionalmente e ambientalmente ao benzeno, enquanto que os indicadores GST, SOD, MDA e AC apresentaram diferenças estatisticamente significativas, sendo sensíveis à sutil diferença de exposição entre os grupos.” Além disso, a concentração de ATTM apresentou uma correlação negativa com monócitos e uma significante regressão linear com AC, em que 75% do aumento do número de Metafases com AC pode ser explicado pelo aumento do indicador de exposição ATTM (B = 0,001, b = 0,750, p = 0,002). Uma relação significativa entre a variável tempo de trabalho e os indicadores EC, GST, MDA e TIOL foram relacionados com os efeitos tanto genotóxicos quanto citotóxicos causados pela exposição o benzeno.
Sobre a autora
Isabele Campos Costa Amaral possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e atua na área de pesquisa, em estudos de biomonitoramento e genotoxicidade relacionados à exposição ocupacional e às substâncias químicas. Atualmente é professora temporária do curso de Farmácia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Sua tese intitulada Estudo da genotoxicidade da exposição ocupacional em baixas doses ao benzeno em postos de combustíveis na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro foi defendida na ENSP em fevereiro de 2017.
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