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Mortalidade hospitalar de idosos é tema de pesquisa da ENSP

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Publicado em:09/09/2016
Mortalidade hospitalar de idosos é tema de pesquisa da ENSPNo Brasil, os idosos constituem a faixa etária que mais cresce no país trazendo desafios e preocupação para diversas áreas, entre as quais o cuidado em saúde. Um estudo da ENSP observou maior chance de morrer nas idades mais avançadas, nas internações por doenças cerebrovasculares, nos casos com presença de comorbidades mais graves, nas internações em que a pneumonia e a perda de peso foram registradas como diagnóstico secundário, nas admissões por urgência, na especialidade de clínica médica e nas internações em que houve uso de Unidade de Terapia Intensiva. Nesse contexto, a dissertação da aluna de mestrado em Saúde Pública, Paula Brito Cordeiro, orientada pela pesquisadora Mônica Silva Martins, analisa as altas taxas de hospitalização e a tendência a internações mais frequentes e prolongadas, que tornam cada vez mais evidente a importância do monitoramento da qualidade do cuidado hospitalar prestado à população idosa. Esse estudo concentra-se sobre assistência hospitalar prestada ao idoso no Sistema Único de Saúde nos quatro estados da Região Sudeste entre 2011 e 2012.

A escolha por essa região, informa Paula, deve-se à maior concentração da população com 60 anos ou mais. Trata-se de um estudo transversal, observacional, com base em dados secundários obtidos por meio do Sistema de Informação Hospitalar (SIH), que analisou a taxa de mortalidade intra-hospitalar decorrente de internações devido a doenças hipertensivas, doença isquêmica do coração, insuficiência cardíaca congestiva e doenças cerebrovasculares.

O universo do estudo incluiu 385.784 internações de idosos na Região Sudeste pelas doenças do aparelho circulatório selecionadas. A idade média dos pacientes foi de 72,9 anos, e 51,1% das pessoas internadas eram do sexo masculino. A insuficiência cardíaca foi responsável pelo maior volume de hospitalizações entre os diagnósticos selecionados (36,8%), mas as maiores taxas de mortalidade hospitalar bruta foram por doenças cerebrovasculares. Um número expressivo de internações ocorreu em caráter de urgência (90,3%). A maioria das internações ocorreu em hospitais privados filantrópicos. As hospitalizações ocorreram majoritariamente nos estados de São Paulo (51,0%) e Minas Gerais (30,5%).

Segundo Paula, o interesse sobre o tema proposto surgiu dos questionamentos sobre a qualidade do cuidado hospitalar prestado aos idosos internados no SUS, em especial, por doenças do aparelho circulatório, devido à sua magnitude no perfil de morbi-mortalidade. Além disso, a pesquisa objetivou avaliar a capacidade preditiva de modelos de ajuste de risco aplicados para a população idosa, considerando a disponibilidade de informação sobre produção hospitalar brasileira.

Na opinião da aluna da ENSP, apesar dos limites do estudo, os resultados apontam a necessidade de mais investigações sobre a qualidade da assistência hospitalar destinados aos idosos no Brasil. Também demonstram serem necessárias mais pesquisas, disse ela, de modo a analisar a integração dos cuidados voltados a esse grupo etário, a efetividade da Atenção Primária e o acesso aos serviços especializados, cujas ações são fundamentais para prevenir a ocorrência de casos mais graves, nos quais uma hospitalização poderia ser evitada.
 
Sobre a autora

Paula Brito Cordeiro é graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro  (2006), com especialização em Psicogeriatria pela  mesma universidade, e em Saúde Pública, pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Possui experiência em atividades de Pesquisa em Psicologia Social e Psicologia Cognitiva, e na área clínica: psicoterapia individual e de grupo, estimulação cognitiva e grupo terapêutico para familiares de idosos com demência. 

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