Filme provoca debate sobre o agronegócio no Brasil
Tatiane Vargas
A Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) promoveram o lançamento do filme O veneno está na mesa II, como parte das comemorações da Semana do Meio Ambiente da Fiocruz. A atividade contou com a exibição do longa, seguida de uma mesa redonda com a participação do cineasta e diretor da obra, Silvio Tendler, do pesquisador do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP) Luiz Cláudio Meirelles, e da representante da Articulação Nacional de Agroecologia Flávia Londres. Na ocasião, Meirelles ressaltou que existem possibilidades de mudança no atual modelo de produção estimulado pelo agronegócio e que é preciso cobrar dos órgãos competentes que cumpram, de fato, seu papel.
Estiveram na abertura da atividade o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, o diretor da ENSP, Hermano Castro, o diretor da EPSJV, Paulo Cesar de Castro Ribeiro, além de Justa Helena Franco, representando o Sindicato dos Trabalhadores das Fundação (Asfoc-SN). Paulo Cesar citou que no ano de 2013 foram consumidos 1 bilhão de litros de agrotóxicos no Brasil, sendo, boa parte deles, substâncias já banidas em diversos países do mundo. O Brasil é atualmente o maior consumidor mundial de agrotóxicos.
O diretor da ENSP, Hermano Castro, alertou que 80% da alimentação da população brasileira vem do campo, e a maior parte desses alimentos são cultivados com o uso de agrotóxicos. “O Brasil é hoje um país de commodities agrícolas que não são destinadas a nossa população. Ou seja, somos apenas mais um elo da cadeia do capital”, lamentou. Em seguida, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, destacou que é preciso, a partir do campo da saúde, repensar a forma como a produção de alimentos se organiza no Brasil e no mundo. Segundo ele, a cada noventa minutos no Brasil uma pessoa morre intoxicada por agrotóxicos.
O impacto dos agrotóxicos, agricultura e produção de alimentos
Impacto dos agrotóxicos, agricultura e produção de alimentos no Brasil foi o tema da mesa redonda moderada pelo professor da Escola Politécnica André Búrigo. O pesquisador do Cesteh/ENSP Luiz Cláudio Meirelles iniciou sua fala explicando que o filme O veneno está na mesa II traz para discussão as possíveis possibilidades para mudanças no atual modelo de produção de alimentos, porém, muitas delas esbarram no capital. Meirelles citou que a realidade no Brasil atualmente é quantificar o número de casos de morte por intoxicação a agrotóxicos, e não atuar preventivamente. “Falta estrutura no sistema de saúde para fazer acompanhamento, prevenção e promoção da saúde para esses casos. Não basta quantificar. Quem atua na Saúde Pública tem que atuar em prol da sociedade”.
A representante da Articulação Nacional de Agroecologia Flávia Londres destacou a importância da comunicação com a sociedade.
Segundo ela, após a exibição do filme O veneno está na mesa I, a sociedade teve mais conscientização sobre o cultivo e ingestão de alimentos com agrotóxicos. Flávia lembrou ainda que o debate de políticas públicas no campo da agroecologia não é apenas agricultura orgânica, existem vários outros componentes envolvidos. Além disso, afirmou que a agroecologia é viável para o campo como sistema de produção. Para a expositora, o Brasil já obteve algumas conquistas, como a criação da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, que tiveram grande participação da sociedade em sua elaboração.
A Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) promoveram o lançamento do filme O veneno está na mesa II, como parte das comemorações da Semana do Meio Ambiente da Fiocruz. A atividade contou com a exibição do longa, seguida de uma mesa redonda com a participação do cineasta e diretor da obra, Silvio Tendler, do pesquisador do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP) Luiz Cláudio Meirelles, e da representante da Articulação Nacional de Agroecologia Flávia Londres. Na ocasião, Meirelles ressaltou que existem possibilidades de mudança no atual modelo de produção estimulado pelo agronegócio e que é preciso cobrar dos órgãos competentes que cumpram, de fato, seu papel.
Estiveram na abertura da atividade o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, o diretor da ENSP, Hermano Castro, o diretor da EPSJV, Paulo Cesar de Castro Ribeiro, além de Justa Helena Franco, representando o Sindicato dos Trabalhadores das Fundação (Asfoc-SN). Paulo Cesar citou que no ano de 2013 foram consumidos 1 bilhão de litros de agrotóxicos no Brasil, sendo, boa parte deles, substâncias já banidas em diversos países do mundo. O Brasil é atualmente o maior consumidor mundial de agrotóxicos.
O diretor da ENSP, Hermano Castro, alertou que 80% da alimentação da população brasileira vem do campo, e a maior parte desses alimentos são cultivados com o uso de agrotóxicos. “O Brasil é hoje um país de commodities agrícolas que não são destinadas a nossa população. Ou seja, somos apenas mais um elo da cadeia do capital”, lamentou. Em seguida, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, destacou que é preciso, a partir do campo da saúde, repensar a forma como a produção de alimentos se organiza no Brasil e no mundo. Segundo ele, a cada noventa minutos no Brasil uma pessoa morre intoxicada por agrotóxicos.
O impacto dos agrotóxicos, agricultura e produção de alimentos
Impacto dos agrotóxicos, agricultura e produção de alimentos no Brasil foi o tema da mesa redonda moderada pelo professor da Escola Politécnica André Búrigo. O pesquisador do Cesteh/ENSP Luiz Cláudio Meirelles iniciou sua fala explicando que o filme O veneno está na mesa II traz para discussão as possíveis possibilidades para mudanças no atual modelo de produção de alimentos, porém, muitas delas esbarram no capital. Meirelles citou que a realidade no Brasil atualmente é quantificar o número de casos de morte por intoxicação a agrotóxicos, e não atuar preventivamente. “Falta estrutura no sistema de saúde para fazer acompanhamento, prevenção e promoção da saúde para esses casos. Não basta quantificar. Quem atua na Saúde Pública tem que atuar em prol da sociedade”.
A representante da Articulação Nacional de Agroecologia Flávia Londres destacou a importância da comunicação com a sociedade.
Segundo ela, após a exibição do filme O veneno está na mesa I, a sociedade teve mais conscientização sobre o cultivo e ingestão de alimentos com agrotóxicos. Flávia lembrou ainda que o debate de políticas públicas no campo da agroecologia não é apenas agricultura orgânica, existem vários outros componentes envolvidos. Além disso, afirmou que a agroecologia é viável para o campo como sistema de produção. Para a expositora, o Brasil já obteve algumas conquistas, como a criação da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica e do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, que tiveram grande participação da sociedade em sua elaboração.
O diretor do filme, Silvio Tendler, agradeceu a grande parceria com a Fiocruz para a realização dos filmes - as duas produções tiveram o apoio e a consultoria técnica da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio e fazem parte da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida. De acordo com Tendler, O veneno está na mesa II, disponível na internet em alta resolução, já alcançou a marca de 40 mil expectadores em uma semana, ou seja, 1.500 pessoas assistem, diariamente, o filme.
Em seguida, Silvio comentou que o modelo de agricultura do agronegócio foi criado na época da ditadura militar, substituindo o trabalho dos camponeses pelas máquinas. Segundo ele, o agronegócio veio para mecanizar a exploração da terra e expulsar os trabalhadores do campo. Por fim, o diretor considerou que a situação atualmente é complicada, visto que nenhum candidato ao governo federal é contra o agronegócio. “Para se ter algum tipo de mudança no modelo atual do agronegócio é fundamental nos comunicarmos com o poder de decisão, ou então continuaremos no mesmo lugar”, concluiu Silvio Tendler.
Em seguida, Silvio comentou que o modelo de agricultura do agronegócio foi criado na época da ditadura militar, substituindo o trabalho dos camponeses pelas máquinas. Segundo ele, o agronegócio veio para mecanizar a exploração da terra e expulsar os trabalhadores do campo. Por fim, o diretor considerou que a situação atualmente é complicada, visto que nenhum candidato ao governo federal é contra o agronegócio. “Para se ter algum tipo de mudança no modelo atual do agronegócio é fundamental nos comunicarmos com o poder de decisão, ou então continuaremos no mesmo lugar”, concluiu Silvio Tendler.
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