Filme sobre a doença paracoco é apresentado em curso da ENSP
Com o objetivo de disseminar o conhecimento a respeito da paracoccidioidomicose, alertar e sensibilizar a população, em especial os profissionais de saúde, sobre a doença, foi apresentado no dia 8/8, no Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/ENSP), o vídeo Paracoco: endemia brasileira. A produção, com duração de 25 minutos, foi desenvolvida pelo pesquisador da ENSP Ziadir Francisco Coutinho, em parceria com os pesquisadores Antonio Carlos Francisconi do Valle e Bodo Wanke, do Instituto de Pesquisas Clinicas Evandro Chagas (Ipec).
Ziadir Coutinho, após apresentar a morbimortalidade do agravo no Brasil, apresentou o filme, pela primeira vez, aos alunos do curso de especialização em Pneumologia Sanitária, promovido pelo CRPHF. Segundo Ziadir, a produção é um projeto da Cooperação Social da Fiocruz.
O filme foi rodado em um ambulatório da Fiocruz, em Paty dos Alferes (RJ), em Botucatu (SP), na periferia de Curitiba (PR) e em Rondônia, de onde a doença se originou para todo o país. A paracoccidioidomicose, também chamada de paracoco, é uma micose sistêmica, autóctone da América Latina, com maior ocorrência na Argentina, Colômbia, Venezuela e Brasil, o qual contribui com cerca de 80% dos casos. Foram gravadas entrevistas com profissionais de saúde e portadores da doença, além de imagens de trabalho rural.
Segundo informações do Ministério da Saúde, uma vez que a paracoccidioidomicose não é doença de notificação compulsória, não se dispõe de dados precisos sobre sua incidência no país. O conhecimento de áreas endêmicas e dos dados de prevalência, incidência e morbidade baseia-se em relatos de casos clínicos e de inquéritos intradérmicos.
Essa micose apresenta caráter endêmico entre as populações de zona rural. Tem sido relatada a ocorrência de casos em áreas de colonização mais recente, submetidas a desmatamento, como em partes da Amazônia, atingindo áreas dos estados do Maranhão, Tocantins, Pará, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Amazonas, onde a paracoccidioidomicose pode ser considerada uma micose sistêmica emergente.
A infecção, geralmente, é adquirida nas duas primeiras décadas de vida, com pico de incidência entre 10 e 20 anos de idade. As manifestações clínicas são comuns em adultos entre 30 e 50 anos de idade, incidindo mais em homens do que em mulheres. Em geral, a transmissão é por inalação de partículas infectantes, dispersas na natureza. Uma vez inalados, os conídios transformam-se em leveduras, que constituem a forma parasitária nos tecidos do hospedeiro.
A paracoco representa um importante problema de saúde pública, pelo seu alto potencial incapacitante e pela quantidade de mortes prematuras que provoca, quando não diagnosticada e tratada oportunamente. Em muitos casos, é confundida com tuberculose, pois apresenta tosse persistente. Alguns sintomas são: feridas na boca, garganta e nariz, emagrecimento, falta de ar, perda de dentes e ínguas no pescoço e virilhas.
Trailer de Paracoco: endemia brasileira.
Divulgação Científica



