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Pobreza e falta de saneamento são riscos à saúde das crianças

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Publicado em:08/02/2013
Pobreza e falta de saneamento são riscos à saúde das criançasA pesquisadora da ENSP Sandra Hacon concedeu entrevista ao jornal O Documento, de Cuiabá (MT), sobre pesquisa que analisa como a pobreza e a falta de saneamento básico e água tratada aumentam em até cinco vezes o risco de morte por diarreia em crianças menores de 1 ano. Sandra, que fez parte da banca de avaliação do estudo, destaca a importância do trabalho "como científico e técnico para nortear as ações de políticas públicas".

Confira a reportagem.

Pobreza e falta de saneamento aumentam em 5 vezes o risco de morte por diarreia em crianças
6/2/2013

Fatores como a falta de saneamento básico, pobreza e água tratada aumentam em até cinco vezes o risco de morte por diarreia em crianças menores de 1 ano. O resultado alarmante foi apontado na dissertação de mestrado defendida nesta semana no Programa de Ciências Ambientais da Unemat pela egressa de Enfermagem da instituição, Helena Ferraz Bühler, intitulada A diarreia infantil no Brasil: análise espacial de indicadores integrados de saúde e ambiente.

A pesquisadora fez uma análise espacial dos indicadores integrados de saúde e ambiente em todas as regiões do país e descobriu que, nas regiões Norte e Nordeste, sobretudo na Norte, a morbidade em crianças menores de 1 ano por diarreia é até cinco vezes maior que o percentual registrado na região Sul.

Segundo ela, as condições ambientais e socioeconômicas são fatores determinantes para aumentar o risco de morte em crianças. Entre os indicadores pesquisados por Helena estão o percentual de moradores em extrema pobreza, a quantidade de dependentes econômicos por familiar economicamente ativo em cada residência, o número de pessoas que jogam o esgoto diretamente no meio ambiente sem qualquer tratamento, a falta de abastecimento de água tratada e água encanada dentro da residência. Também foram considerados, no estudo, os indicadores como a presença ou não de sanitários e coleta de lixo.

Para a pesquisadora, esses indicadores respondem por quase 50% dos casos de internações por diarreia em crianças menores de 1 ano e por um quarto das mortes por diarreia registradas, o que aponta para a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura básica de saúde e meio ambiente, como o saneamento básico e água tratada.

Outra questão apontada pela pesquisa de mestrado realizada na Unemat é sobre os locais em que ocorre a maior incidência de mortes por diarreia, justamente a região Norte, que é uma das mais ricas em recursos hídricos. “Mas a água não chega dentro das casas”, lamenta a pesquisadora.

A orientadora da pesquisa de mestrado, professora Eliane Ignotti, destaca a importância do trabalho. “A pesquisa mostra como a saúde da população é impactada por esses indicadores e esses resultados podem e devem nortear ações governamentais”, diz.

A professora Sandra Hacon, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que participou da banca de defesa da dissertação de mestrado, destaca a importância do trabalho como científico e técnico para nortear as ações de políticas públicas. “Essa pesquisa é um trabalho interdisciplinar e mostra o cenário da diarreia infantil no Brasil, que é diretamente afetado pelas condições de desigualdades”, afirma.

A professora e pesquisadora da Fiocruz aproveitou para destacar a magnitude e o pioneirismo da pesquisa, que foi desenvolvida no âmbito do mestrado em Ciências Ambientais da Unemat.

Fonte: O Documento
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