Pesquisadora fala sobre contaminação das areias da praia
O jornal O Globo, na edição de 17 de janeiro, no caderno Barra, publicou matéria sobre o perigo de contaminação pelas areias das praias do Rio de Janeiro. Segundo a pesquisadora do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA/ENSP) Adriana Sotero, citada pelo jornal, os cães, ratos e pombos são os principais responsáveis pela contaminação pela Escherichia coli, bactéria que indica a presença de fezes nas praias e pode causar infecções e doenças de pele.
Confira, abaixo, a matéria na íntegra ou veja as imagens em anexo.
Pintou sujeira
Dados do programa Areia Carioca e do Inea revelam que é preciso cautela na Barra e no Recreio
Em dias quentes e ensolarados como os deste verão, as praias da Barra e do Recreio se enchem de moradores e turistas todos os dias. O que eles não sabem, porém, é que, em diferentes pontos da orla, a areia e o mar estão impróprios, como revelam dados do município e do estado.
De acordo com dados do programa Areia Carioca, criado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, nem mesmo a areia da Praia da Reserva - tida como uma das mais preservadas - está imune à contaminação. Há seis meses recebendo classificação entre boa e ótima, a areia da Reserva foi considerada não recomendada após análise referente à quinzena de 24 de dezembro a 8 de janeiro.
Segundo a pesquisadora Adriana Sotero, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cães, ratos e pombos são os principais responsáveis pela contaminação pela Escherichia coli, bactéria que indica a presença de fezes nas praias e pode causar infecções e doenças de pele.
A gerente de monitoramento de Água e Ambientes Costeiros da secretaria, Vera Oliveira, explica ainda que a areia da Reserva recebeu classificação ruim por excesso de lixo, incluindo restos de comida. Ela acredita que eventos particulares de pequeno porte, como luaus e festas de fim de ano, tenham contribuído para o mau resultado.
As areias de Quebra-Mar, Pepê e Barra (no trecho do condomínio Barramares e no do cruzamento com a Avenida Ayrton Senna) também foram apontadas como não recomendadas. A especialista afirma que a causa também foi a grande quantidade de restos de comida encontrados nestes pontos.
- Todas as praias da Zona Oeste classificadas como não recomendadas o foram devido ao lixo. Elas receberam classificação ruim porque o Areia Carioca leva em consideração os coliformes totais, e não só os fecais - explica.
Vera acrescenta que, se apenas a presença da Escherichia coli fosse considerada, o Quebra-Mar receberia classificação regular; o Pepê, boa; e a Barra, na altura do Barramares, ótima:
- A Macumba foi classificada como não recomendada, mas deu zero de Escherichia coli . O problema ali foi o lixo. O mesmo não podemos dizer sobre a Praia de São Conrado, onde coliformes totais e Escherichia coli estavam acima do limite. Lá, é comum ver cães na areia.
No último dia 6 de janeiro, a equipe do GLOBO-Barra encontrou muitos pombos na areia, do Quebra-Mar até a altura da Ayrton Senna.
- O pombo é o rato de asa. Se ele está na areia da praia, é sinal de que ali têm restos de comida - alerta Vera.
Em relação à balneabilidade, o trecho do Quebra-Mar até próximo ao Corpo de Bombeiros teve a água classificada como imprópria durante praticamente todo o ano de 2012, segundo o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea). A tendência permanece a mesma este mês. Em compensação, Recreio e Prainha foram consideradas adequadas ao banho.
ENSP na Imprensa



