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Realizado primeiro estudo de M. kyorinense no Brasil

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Publicado em:13/12/2012

Irlan Peçanha

Realizado primeiro estudo de M. kyorinense no BrasilO objetivo da pesquisa realizada no Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF/ENSP), desenvolvida em colaboração com um grupo de pesquisadores do Japão, que descreveram a espécie Mycobacterium kyorinense em 2009, foi apresentar o primeiro relato de amostras dessa espécie no Brasil (e as únicas no mundo, exceto as descritas no Japão). Além disso, caracterizou-se o perfil de restrição das amostras, por meio da metodologia do PRA-hsp65. Esse foi o tema da palestra realizada em 7 de dezembro, no CRPHF, pelo pesquisador e chefe do serviço de ensino e pesquisa da unidade, Jesus Pais Ramos.

O estudo faz parte de um projeto intitulado Identificação de micobactérias não causadoras de tuberculose através de diferentes marcadores moleculares, desenvolvido pelo laboratório do Centro de Referência. A proposta do projeto é realizar um levantamento das cepas armazenadas no laboratório da instituição e analisá-las.

De acordo com o pesquisador, o gênero Mycobacterium é formado por M. leprae e por dois grupos de espécies: os que integram o complexo M. tuberculosis e um grupo que inclui mais de 150 espécies denominadas não causadoras de tuberculose (MNT).

A metodologia utilizada no estudo foi a extração de ADN, PCR, PRA-hsp65 (método de rotina, em que as enzimas cortam o DNA, utilizado para identificar micobactérias), testes bioquímicos e microbiológicos, sequenciamento dos genes 16SrRNA, hsp65 e rpoB, comparação no nível de identidade das sequências utilizando o programa Blast e a construção de árvore filogenética concatenada, ou seja, que utiliza todos os genes juntos.

Segundo o pesquisador, a árvore filogenética mostrou que o isolado HF 1629 foi agrupado em um mesmo ramo que a cepa tipo M. kyorinense, com ato valor de bootstrap (100%), e distinto de M. celatum, M. branderi e de todas as outras espécies testadas. O perfil de restrição obtido pela metodologia do PRA-hsp65 foi depositado na base de dados do PRAsite. Os resultados alcançados a partir dos testes moleculares, bioquímicos e microbiológicos permitiram a identificação precisa dos isolados como M. kyorinense. Esse estudo possibilitou a publicação de artigos nas revistas Journal of Clinical Microbiology e Emerging Infectious Disease.


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