Fiocruz analisa impacto das mudanças climáticas no NE
Estudo da Vulnerabilidade Socioambiental da População dos Municípios Baianos Inseridos na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco no Bioma Caatinga aos Impactos das Mudanças Climáticas é o título do projeto coordenado pelos pesquisadores Martha Barata (IOC), Ulisses Confalonieri (CPQRR) e Diana Marinho, do Programa de Mudanças Ambientais Globais e Saúde da ENSP (PMAGS). O trio já foi responsável pela publicação de um trabalho semelhante no Rio de Janeiro: o Mapa da Vulnerabilidade da População do Estado do Rio de Janeiro aos Impactos das Mudanças Climáticas nas Áreas Social, Saúde e Ambiente, cujo objetivo foi sintetizar aspectos ambientais, sociais e de saúde humana sensíveis à variabilidade climática, associados a cenários futuros de mudança global do clima, considerando os dados climáticos de 1960-1990 e os projetados para o período 2010-2040.
Segundo a pesquisadora do PMAGS/ENSP, Diana Marinho, além do relatório do IPCC, diversos outros estudos apontam o Nordeste, principalmente a região da caatinga, como o mais afetado pela mudança climática. Portanto, o estudo tem o objetivo de medir a vulnerabilidade desses municípios com a mesma lógica de trabalho realizada no Rio de Janeiro.
“Trabalharemos na mesma lógica do mapa no RJ, mas com algumas diferenças relacionadas à realidade dos municípios baianos e a implementação do Índice de Tendência Demográfica, um trabalho desenvolvido pelo René Rachou com o Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG. Ele cria uma tendência demográfica de acordo com o movimento migratório no Nordeste. Podemos analisar as tendências da migração na região e funcionar como uma espécie de alerta para a população.”
O projeto irá analisar 89 municípios (a cidade de Petrolina, no Estado de Pernambuco, também foi incluída). Outro aspecto importante a ser verificado será a água. Segundo Diana, a bacia hidrográfica é importante para a vida das pessoas, e o trabalho pretende verificar o quanto o aumento da temperatura e a degradação ambiental podem prejudicar o rio e comprometer a vida das pessoas. Além disso, o trabalho também prevê a realização de oficinas locais com a população.
O estudo será realizado a partir de um edital da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e terá a duração de dois anos.