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Diversidade genética: destaque em pesquisas com CT

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Publicado em:30/08/2012

Diversidade genética: destaque em pesquisas com CTA governança das pesquisas com células-tronco no Brasil e comparações globais foi o tema apresentado pela pesquisadora visitante do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Liliana Acero no primeiro Centro de Estudos da ENSP do segundo semestre de 2012, sob a coordenação do pesquisador Fermin Roland Schramm. Segundo Liliana, embora a maioria dos centros de pesquisa de células-tronco (CT) esteja na Europa e nos Estados Unidos, o Brasil tem grande importância nesse processo pela sua diversidade genética.

 
Liliana Acero iniciou a palestra conceituando CT como um “chip em branco” com capacidade de se diferenciar em células especializadas que geram os tecidos do corpo e têm também capacidade de autorrenovação. As CT podem ser adultas (de medula óssea e fetais), embrionárias e IPS (reprogramação induzida). 
 
De acordo com a pesquisadora, a medicina regenerativa mudou o paradigma médico: da restituição do funcionamento normal do organismo e a restauração da saúde do indivíduo para uma regeneração do organismo em nível celular ou tecidual por meio da emulação da natureza e utilizando a menor quantidade possível de materiais artificiais.
 
 
Pesquisadora estudou evolução e tendências das biociências no Brasil
 
Em seu projeto de pesquisa, Liliana abordou a governança das biociências e da evolução e tendências no Brasil. Foram 30 entrevistados, dos quais dez eram lideranças. As questões levantadas abordaram as visões da vida humana e a natureza, noções de riscos e incertezas, regulamentações e normatividade, engajamento público e atuação do Brasil em nível global.
 
A palestra fez um histórico evolutivo da área no país. O começo foi em 1999 na Universidade de São Paulo, mas destaca-se a formação da BrasilCord, uma rede pública que é fonte de células-tronco adultas e banco e clínica de transplantes de células do cordão umbilical e da medula óssea. 
 
Outro projeto importante citado pela pesquisadora foi um estudo de ensaio clínico multicêntrico randomizado, parte do programa dos Ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Inovação desenvolvido de 2005 a 2012. O estudo é considerado o segundo mais importante por contemplar 1.200 pacientes e 40 instituições. Os mesmos ministérios, em 2009, criaram a Rede Nacional de Terapia Celular, formada por oito centros de terapia celular (CTCs) localizados em cinco estados, 52 laboratórios selecionados e 49 projetos de pesquisa. Esses centros produzem sete tipos de CT. O objetivo da iniciativa era a integração entre pesquisadores brasileiros e a troca local de informações. 
 
Em 2010 foi a vez da criação do Centro Nacional de Bioimagem (Cenabio)/UFRJ, voltado para o estudo de doenças em animais por ressonância magnética nuclear e detecção de CT por bioluminescência. Finalmente, em 2011, começaram os testes locais de medicamentos e drogas com CT. Liliana também pontuou os eventos históricos de regulamentação de CT, com destaque para a Lei de Biossegurança nº 8.974/95 e a Lei de Propriedade Industrial nº 9.279/96. De acordo com a pesquisadora, de 2002 a 2009 foram financiados 2.844 projetos, o que corresponde a um investimento anual da ordem de US$ 37,5 milhões. No período de 2000 a 2011, o total de publicações brasileiras indexadas foi de 1.457.
 
Liliana Acero é autora do livro Pesquisas e terapias com células-tronco: governança, visões sociais e o debate no Brasil.

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