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Epistemologia da causalidade de Bradford Hill em debate

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Publicado em:15/06/2012

Epistemologia da causalidade de Bradford Hill em debateA professora de Filosofia e Direito da Universidade de Miami Susan Haack foi a convidada do Centro de Estudos da ENSP de 13/6 para falar sobre o contexto epistemológico de correlação e causalidade definido pelo epidemiologista inglês Bradford Hill. Sob a coordenação da pesquisadora da Escola Vera Pepe, Susan trouxe ao público ​​argumentos epistemológicos aplicáveis, ilustrados por exemplos norte-americanos. Ela considera o tema escolhido relativamente modesto. “Os chamados 'critérios de Bradford Hill' têm sido utilizados pelo sistema legal para inferir causalidade a partir de evidências epidemiológicas.”


Bradford Hill elaborou 9 pontos de vista:  força da associação, consistência de diferentes estudos, especificidade,  precedência temporal, gradiente biológico, plausibilidade biológica, coerência com outro conhecimento biológico, experiência e analogia. Eles são uma metodologia muito atraente para a Justiça, na opinião de Susan. Para ela, a dificuldade da correlação e causalidade de Hill com a filosofia jurídica é como evitar um nível muito alto de abstração dos argumentos, a ponto de não se envolver com qualquer sistema jurídico específico ou prática. “A solução que acredito é oferecer argumentos ​​epistemológicos aplicáveis, ilustrados por exemplos norte-americanos”, afirmou.

 

Hill ressalva que esses fatores só se aplicam quando já temos evidências epidemiológicas de uma correlação, disse a palestrante, acrescentando que Hill insiste que não pode haver regras rígidas para determinar o nexo de causalidade.

 

Sobre o contexto epistemológico de Bradford Hill, Susan explicou que os graus legais de prova não são probabilidades matemáticas, mas graus de conclusão pela evidência. O sistema legal americano utiliza-se do atomismo probatório, ou seja, procura as provas uma por uma, e decide por partes; já os fatores de Hill levam a Justiça a ver o caso como um todo. “O uso do atomismo probatório nas provas científicas espalha-se por vários países, mas, em minha opinião, o método Hill acerta quando usa a abrangência na análise”, concluiu.


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