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Especialista defende avaliação para melhoria da saúde

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Publicado em:30/05/2012

Luciene Paes

 

“A equidade é um instrumento técnico com fins políticos utilizado para tomada de decisões e o objetivo deve ser convertê-la em processo de avaliação para promover a melhoria da saúde e do bem-estar em favor da população”. Assim, a diretora da Fundação para o desenvolvimento da Saúde Pública colombiana (Fundesalud), Ligia de Salazar, abriu sua palestra no Centro de Estudos da ENSP de 29 de maio com o tema 'Avaliação na perspectiva da promoção da saúde e da equidade'.

 

Especialista defende avaliação para melhoria da saúdeLigia ressaltou que a equidade é parte central da promoção da saúde, dos determinantes sociais, lembrando, inclusive, da citação “saúde e doença não são apenas categorias científicas como social e político, e sim poder” (Navarro, 1997). A diretora da Fundesalud explicou que há uma relação linear entre intervenção e resultado, por isso interações entre os sistemas biomédicos, comportamentais e socioambientais não são causas, são redes de causalidade: população e território ligados a equidade e determinantes sociais, que são ligados a fatores de risco, que, por sua vez, são ligados a condições de saúde, todos interagindo com o entorno, o contexto e mecanismos.
 
“Há uma certa complexidade nas intervenções, devido ao seu dinamismo, de acordo com o contexto com que trabalhamos e com o resultado esperado pelos interessados”, disse Ligia, acrescentando que devem ser levadas em conta a qualidade do projeto e do processo de implementação, a avaliação da variação na prevalência de eventos de interesse e a coerência entre os enfoques qualitativos e quantitativos. "Os aspectos fixos de intervenção, com base em evidências, e a forma de operar em diferentes contextos, no entanto, são padronizáveis", defende.
 
Ligia levantou um debate instigante para o público presente: como funciona a intervenção? Deve se hierarquizar a evidência? Quando a evidência é suficiente para a tomada de decisões? Apenas é válida a evidência que provém da aplicação do método científico? Quais são os componentes de intervenção e como interrelacionam-se e complementam-se para produzir as mudanças esperadas?
 
A colombiana pontuou algumas respostas a essas perguntas. A saúde deve ser vista sob uma perspectiva social e política, deve-se passar de comportamentos de risco a contextos de maior vulnerabilidade, de fatores de risco a ambientes e territórios promotores de saúde, de cobertura e acesso a serviços a estado de saúde da população, de planos de saúde a planos de desenvolvimento. Ainda considerou que a porta de entrada dos programas de saúde deve ser o problema e, consequentemente, a condição para mudar de acordo com o contexto, e que os componentes desses programas são políticas públicas, readequação de serviços, participação social, construção de capacidade, avaliação e gestão intersetorial. A filosofia dos programas deve se basear no conceito de território, a política na promoção da saúde, e a prática deve ser fundamentada na atenção primária da saúde. E destacou também a importância de alianças estratégicas no âmbito da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) que valorizem a produção teórica, o desenvolvimento tecnológico, a comunicação e a gestão de conhecimento, características regionais e o posicionamento político.

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