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Pesquisadores apresentam cenário internacional da pandemia

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Publicado em:30/03/2021
A pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da ENSP, Adelyne Mendes Pereira, participou da mesa redonda “Cenário internacional e resposta dos países no enfrentamento da pandemia de Covid-19”, realizada durante o 4º Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão da Saúde, promovido pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entre 23 e 26 de março.

A mesa foi coordenada pela também pesquisadora da ENSP, Tatiana Wargas, que atualmente desenvolve suas atividades na Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz). Além da pesquisadora do Daps/ENSP, Adelyne Mendes Pereira, a mesa contou também com as participações de Luiz Augusto Galvão, da Georgetown University; Osvaldo Artaza, da Facultad de Salud y Ciencias Sociales, Universidad De Las Américas (Chile); e Monique Esperidião, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA). 


Sistemas de Saúde no Enfrentamento à Covid-19

O projeto "Os Sistemas de Saúde no Enfrentamento à Covid-19: experiências de vigilância e atenção à saúde em perspectiva comparada" foi apresentado pela pesquisadora da ENSP. O objetivo geral da pesquisa é analisar as configurações institucionais e respostas dos sistemas de saúde de países selecionados no âmbito da vigilância em saúde e de sua articulação com a atenção em saúde diante da pandemia de Covid-19, visando extrair lições para o fortalecimento dos sistemas públicos de saúde. 

Os países selecionados para o estudos foram, na Ásia: China e Coréia do Sul; na Europa: Alemanha, Reino Unido e Espanha; e nas Américas: Brasil, México, Argentina e Canadá. Segundo Adelyne, os critérios abordados pela pesquisa levaram em consideração as diferentes regiões do mundo; países populosos e/ou extensos; número de casos e óbitos por Covid-19; e padrões variados de atuação do Estado na saúde e na resposta à pandemia.

Como lições aprendidas a pesquisadora citou a importância de estratégias e ações articuladas em diversos âmbitos das politicas públicas; controle da propagação da epidemia (isolamento, quarentena e distanciamento físico ou confinamento); fortalecimento do sistema de saúde e de vigilância em saúde; além do apoio social e econômico, com atenção aos mais vulneráveis, aos trabalhadores e ao tecido produtivo, e informações, comunicação e participação da sociedade. Por fim, a pesquisadora reforçou a importância da articulação entre politicas nacionais e cooperação global, e a resposta dos países no enfrentamento da pandemia de Covid-19. 

Análise comparada de sistemas de saúde

A pesquisadora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), Monique Esperidião, apresentou a pesquisa “Análise comparada de sistemas de saúde e a resposta a Covid-19”. No estudo foram selecionados, incialmente, 12 países, considerando casos de sucesso e insucesso.  De acordo com a pesquisadora, “com o prolongamento da pandemia e o advento da segunda onda, será necessário realizar uma reclassificação dos casos”. Foram pontos de análise preliminar no estudo a identificação do país e indicadores demográficos; os indicadores selecionados de saúde; as características do Estado/Governo; e o Sistema de Saúde. 

Os resultados preliminares do estudo foram publicados no Boletim ObservaCovid, em outubro de 2020. O informativo traz as medidas adotadas por Portugal e pela Coreia do Sul para controle da pandemia e apresenta recomendações aos gestores públicos e autoridades sanitárias.

A situação do Chile diante da pandemia de covid-19

O professor da Facultad de Salud y Ciencias Sociales, Universidad De Las Américas (Chile), Osvaldo Artaza, falou sobre a situação do Chile diante da pandemia de covid-19. O país possui 18 milhões de habitantes. Antes da pandemia, a expectativa de vida no Chile era de 79,9 anos e a taxa de mortalidade infantil era de sete por mil nascidos vivos. No total 8% da população vivem na pobreza. Segundo o professor, o Chile é um país muito desigual. Os gastos públicos com saúde correspondem a 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB). 

“O Chile tem um sistema de saúde segmentado, no qual a população de alta renda é segurada por seguro saúde privado e tem acesso a provedores privados de alta qualidade, e cerca de 80% da população restante tem acesso a serviços públicos limitados e fragmentados”, explicou ele. Diante da pandemia, Artaza relatou que, atualmente, o Chile está com aumento de casos acima do ponto mais alto do ano de 2020. 

De acordo com o professor, o Chile precisa aprender com as lições para melhor governança em saúde. “Acabamos de aprovar, por plebiscito, o início de um processo para uma nova constituição, que pode abrir possibilidades para a construção de um novo pacto social que contribua para melhor governança diante das crises de saúde como a que vivemos hoje”, finalizou Osvaldo Artaza. 

O panorama dos Estados Unidos da América

O professor da Georgetown University, Luiz Augusto Galvão, apresentou o panorama dos Estados Unidos. Segundo o resumo feito pelo site "Path to Here immunity Normality", no país, todo adulto que quiser tomar a vacina poderá tomar até maio/Junho de 2021. Os EUA estarão perto da imunidade de rebanho até o verão de 2021 (junho-agosto). Galvão explicou que devido à hesitação em tomar vacina e a vacinação tardia da população infantil a imunidade de rebanho pode não ser alcançada em 2021, mas o nível alcançado pode ser o suficiente para evitar grandes surtos.

“Ainda que as infecções novas sejam mínimas, devido aos casos importados, é improvável que as infecções novas caiam para zero antes de 2022. As mortes podem ter níveis baixos ainda em maio e julho de 2021, devido à estratégia de vacinar inicialmente indivíduos de alto risco. Sendo assim, quando as mortes caírem para níveis mínimos, poderá existir o relaxamento das restrições.

Por fim, Galvão explicou que o retorno ao normal nos EUA deverá acontecer no verão de 2021. “Voltar ao normal se define como a remoção de todas as restrições para a maioria dos estados americanos. Estimamos que cerca de 60 a 70% da população dos EUA (220 milhões) receberá pelo menos uma dose da vacina até o final de 2021, sendo as crianças o último grupo a receber”. 

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