Busca do site
menu

Agricultura urbana está em expansão no Rio de Janeiro e tem protagonismo de mulheres

ícone facebook
Publicado em:05/04/2021

A agricultura urbana é forte na cidade do Rio de Janeiro, tem forte protagonismo feminino e contribui com o meio ambiente e a segurança alimentar. Oficialmente, existem cerca 1.500 agricultores (número do último levantamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater-Rio), ditos oficiais (cadastrados junto ao Ministério da Agricultura), que se dedicam ao comércio de produtos rurais, cadastrados no município. A agricultura orgânica e agroecológica, conforme relatório da Emater, tem registrado aumento em torno de 15% a 25 % ao ano. Além destes agricultores registrados, há uma infinidade de famílias nas regiões urbanas e periurbanas, se dedicando cada vez mais à produção de alimentos para a própria sobrevivência, em hortas comunitárias, coletivas, e até nos próprios quintais.

Reportagem publicada pela página comemorativa Rio Capital da Arquitetura - nominação feita pela Unesco para o município em 2020 -,  destaca a consolidação desse tipo de produção de alimentos na cidade, tanto orgânico como agroecológico. A agricultura orgânica se caracteriza por não utilizar defensivos agrícolas, e a agroecológica, além de não usar produtos tóxicos nas plantações, também defende a relação trabalho-plantadores sem exploração predatória da terra e da mão-de-obra, especialmente feminina,  nas lavouras. 

A agricultora Giovanna Berti, conselheira do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural e membro do Grupo de Agricultores das Vargens e da Rede Carioca de Agricultura Urbana (CAU), uma das entrevistadas na reportagem, destacou que a força das mulheres à frente da produção de legumes e folhosas, sobretudo na Zona Oeste da cidade, impressiona. Giovanna, que também integra a Teia de Solidariedade da Zona Oeste, uma articulação com  vários grupos de produtores para o enfrentamento à Covid-19, destaca as conquistas das famílias que tiram da terra suas lavouras de subsistências e sobre os desafios de quem cultiva canteiros de frutas, legumes e verduras, em meio à chamada “selva de pedra”. Para ela, As estatísticas abrem perspectivas de geração de emprego e renda de forma sustentável no cenário do setor primário da economia. 

A agricultura orgânica e agroecológica, conforme relatório da Emater, tem registrado aumento em torno de 15% a 25 % ao ano. Isso demonstra que  o sistema, tanto orgânico, que não utiliza defensivos agrícolas, e agroecológico, que, além de não usar produtos tóxicos nas plantações, também defende a relação trabalho-plantadores sem exploração predatória da terra e da mão-de-obra, especialmente feminina,  nas lavouras, vem se consolidando. As estatísticas abrem perspectivas de geração de emprego e renda de forma sustentável no cenário do setor primário da economia. 

Dados da Emater, de 2019, constatam ainda que a maioria dos lavradores urbanos (975) do Rio, se concentra na chamada Área de Planejamento (AP) 5 , que compreende localidades das regiões de Bangu, Realengo, Campo Grande, Santa Cruz e Guaratiba; na AP4 (380) , entre os territórios de Jacarepaguá, Cidade de Deus e Barra da Tijuca; na AP3 (115), entre Inhaúma, Madureira, Penha, Vigário Geral, Anchieta, Pavuna, Irajá, Méier, Ramos e Ilha do Governador; e AP2 (35), entre Tijuca, Vila Isabel e Rocinha, em São Conrado.

De acordo com estudo de campo feito em 2019 pela economista Caren Freitas de Lima, 70% dos agricultores da capital fluminense são mulheres. Pelo levantamento citado na reportagem, 42% dos plantadores orgânicos do Rio se dedicam à chamada agricultura de quintal e 11%, à de coletivos e movimentos urbanos, contra 47% da forma tradicional. De acordo com a pesquisa mencionada, 73% dos agricultores urbanos da cidade plantam em seus próprios quintais; 18% em hortas coletivas e somente 9% de forma mais empresarial, destinada ao comércio. O estudo revelou outro aspecto econômico, comprovando que viver do plantio ainda traz pouco retorno financeiro para as famílias. Apenas 20% deles conseguem uma renda superior a cinco salários mínimos. A maioria (56%) não recebe mais que R$ 1,5 mil por mês com suas produções.

“Há muitas famílias que estão vivendo dessa atividade financeiramente. Mas a maioria planta para complementar ou suprir totalmente sua alimentação no dia a dia. O Rio de Janeiro ainda tem esse contato com a agricultura e, na crise do novo coronavírus, os circuitos curtos de comercialização alimentar têm demonstrado sua importância na garantia da renda dos agricultores e no fornecimento de alimentos para as cidades -, comenta Giovanna, na matéria que traz ainda uma lista de benefícios da agricultura urbana para a qualidade de vidas das pessoas e para as cidades, e comenta os acordos internacionais para fomento desse tipo de produção de alimento em áreas urbanas e periferias.
 



Nenhum comentário para: Agricultura urbana está em expansão no Rio de Janeiro e tem protagonismo de mulheres