Privatização da atenção básica em saúde é tema de entrevista
No espaço 'Entrevista com Autores', produzido pela revista Cadernos de Saúde Pública (CSP), já estão disponíveis mais duas entrevistas no canal da ENSP, no YouTube. Numa das entrevistas, o debate é sobre a radicalização da política de privatização da atenção básica em saúde no Brasil. A outra entrevista aborda os múltiplos enfoques da avaliação em saúde. Ambas são baseadas em artigos científicos publicados pelo periódico. Confira!
Para a conversa sobre os múltiplos enfoques da avaliação em saúde, conduzida por Cláudia Travassos, editora emérita de CSP, foram convidadas quatro das autoras dos estudos:
- Lígia Maria Vieira-da-Silva, professora associada aposentada do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA;
- Maria Novaes, professora do departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP;
- Mônica Martins, pesquisadora do departamento de administração e planejamento em saúde da ENSP e editora associada de CSP; e
- Lilia Blima Schraiber, professora do departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP.
Os textos em debate nesse episódio podem ser lidos na íntegra:
- Apontamentos históricos, conceituais e empíricos https://bit.ly/2ZCR6yj
- Avaliação das Tecnologias em Saúde https://bit.ly/32ahp0j
- Avaliação de programas de saúde https://bit.ly/3ij3evu
- Comentário https://bit.ly/2RcZlMw
- Texto autobiográfico David Banta https://bit.ly/3ieB1G0
Na entrevista sobre a radicalização da política de privatização da atenção básica em saúde no Brasil, a condução ficou a cargo de Luciana Lima, editora de CSP. As entrevistadas foram:
- Márcia Valéria Morosini, professora pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz;
- Angélica Ferreira Fonseca, professora pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz e editora chefe da revista Trabalho, Educação e Saúde;
- Tatiana Wargas, professora pesquisadora Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP).
Elas são autoras do artigo Previne Brasil, Agência de Desenvolvimento da Atenção Primária e Carteira de Serviços: radicalização da política de privatização da atenção básica?, que pode ser acessado na íntegra: bit.ly/2FHRftc
O ensaio analisa documentos produzidos pelo Ministério da Saúde entre 2019 e 2020 para a reorganização da atenção básica: a nova política de financiamento (Previne Brasil), a Agência de Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (Lei nº 13.958), a Carteira de Serviços e normatizações complementares. Buscou-se compreender como as mudanças projetadas nas funções gestoras e no modelo de atenção à saúde contribuem para o fortalecimento da lógica mercantil na política pública.
Elas tomaram como parâmetros de análise as atribuições gestoras e os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e de uma atenção básica orientada pela determinação social do processo saúde/doença, a concepção ampliada de saúde, o cuidado territorializado, o enfoque comunitário e a coordenação do cuidado numa rede integrada.
Segundo elas, as mudanças na alocação dos recursos públicos, a instituição de novas possibilidades de relação entre o Estado e empresas privadas e a adequação do modelo de atenção às particularidades da gestão de mercado revelam o sentido privatizante dessas medidas.
Para elas, a política assume um enfoque individualizante no que tange ao modelo de atenção e financiamento, enfraquecendo a perspectiva do território, o trabalho comunitário, o cuidado integral e multidisciplinar. “Acelera-se a reconfiguração do SUS no sentido de um sistema no qual agentes públicos ou privados podem participar, indiferenciadamente, aprofundando a ruptura com o compromisso constitucional da saúde como dever do Estado”, apontam.
Ambas as entrevistas foram apresentadas pelo jornalista Vinícius Coimbra.
Para acompanhar o CSP:
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Fonte: Cadernos de Saúde Pública
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