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Dia do Paleontólogo: Pesquisadora da ENSP fala sobre a relação da paleontologia com a saúde

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Publicado em:15/06/2022
Em 15 de junho é celebrado o Dia do Paleontólogo. Uma homenagem ao Museu Nacional.

Por Tatiane Vargas

Segundo a pesquisadora do Departamento de Endemias da ENSP, Sheila Mendonça, a paleontologia é a ciência que estuda os remanescentes de animais e vegetais que após a morte sofreram processos de fossilização e passaram a constituir partes da litosfera. Devido a essa ciência sabemos atualmente muito sobre a evolução da vida na terra e tantos outros processos.

Ela ressalta que existe paleontologia na ENSP. “O estudo dos animais extintos tem dialogado frequentemente com os estudos sobre a saúde do passado, feitos pelo Grupo de Pesquisa em Paleoparasitologia e Paleoepidemiologia da ENSP/Fiocruz. Nesta data especial, parabenizamos os profissionais, em especial os parceiros do Museu Nacional, da UERJ e das demais instituições nacionais e internacionais que cooperam com a pesquisa na ENSP”, destacou a pesquisadora. 

Como exemplos de cooperação da Escola neste campo da ciência, a pesquisadora citou o Curso de Especialização em Paleopatologia, ofertado pela ENSP por alguns anos durante a década de 90. O curso contou com paleontólogos como alunos, que realizaram suas monografias, prosseguindo com estudos neste campo e ampliando a abrangência para estudos de saúde no passado mais remoto. 

Coleção Paleoparasitológica e de Fezes Recentes de Animais

Outro destaque apontado por Sheila Mendonça é Coleção Paleoparasitológica e de Fezes Recentes de Animais da Fiocruz (CPFERA), sob guarda da ENSP no Laboratório de Paleoparasitologia do Departamento de Endemias. Ela também preserva e estuda amostras paleontológicas, tema de estudos e dissertações de pós-graduação na Escola. 

Acesse aqui a página da CPFERA.


Sheila citou, também, os estudos de paleoparasitologia em amostras paleontológicas de coprólitos, ou seja, fezes fossilizadas de animais extintos de até mais de um milhão de anos. “O estudo desses coprólitos em nossos laboratórios resultou no achado de parasitos muito antigos, que deram origem a dois projetos importantes coordenados pelo pesquisador da ENSP já falecido, Adauto Araújo”. 

Os projetos são: Origens e evolução das infecções parasitarias: as infecções parasitárias em animais extintos; e Parasitos em animais extintos. 

Parcerias e trocas de experiências

A pesquisadora do Densp ressaltou que o encontro e a constante troca de experiências e avanços em estudos não invasivos de materiais paleontológicos e arqueológicos, baseados nas técnicas de imagens (tomografias e radiografias), feitos em parceria com equipes do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), da PUC Rio de Janeiro, do Museu Nacional e da Fiocruz, vêm permitindo avanços importantes, publicações, divulgação científica e produção de material expositivo e didático, relacionado à bioarqueologia e à paleopatologia. “Atualmente, com as réplicas, algumas peças produzidas com o acervo digital estão disponíveis para amenizar as perdas do incêndio do Museu Nacional”, explicou ela.

Por fim, Sheila lembrou que com a interface entre a paleontologia e a bioarqueologia, o estudo de remanescentes de antigos povos que habitaram o Brasil, como os grupos de Lagoa Santa, puderam ser estudados e documentados, em parceria com o Museu Nacional e outras instituições brasileiras. 

Bloco de ossos humanos em sedimento concrecionado retirado de uma das grutas de Lagoa Santa, Minas Gerais, do Sítio Arqueológico de Cerca Grande, um dos primeiros Sítios Arqueológicos do Brasil.

Crédito foto: Acervo pessoal Sheila Mendonça, pesquisadora da ENSP. 

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