Pesquisadores da ENSP participaram da apresentação da nova atualização no tratamento da TBMDR
*Tatiane Vargas
Os pesquisadores do Hélio Fraga – Unidade de Referência da ENSP/Fiocruz para tuberculose e outras micobacterioses - Margareth Dalcolmo e Jorge Rocha, membros do Grupo de Trabalho de Tuberculose Resistente do Ministério da Saúde, participaram da apresentação da nova atualização no tratamento da doença com resistência aos principais medicamentos. O esquema promissor apresenta diferença na composição de novos medicamentos, alinhado à recente classificação da OMS. A atualização oferece aos pacientes a possibilidade de tratamento sem medicamento injetável, o que o torna mais tolerável, e com menos riscos de reações adversas sérias como alterações auditivas e renais.
Os pesquisadores do Hélio Fraga – Unidade de Referência da ENSP/Fiocruz para tuberculose e outras micobacterioses - Margareth Dalcolmo e Jorge Rocha, membros do Grupo de Trabalho de Tuberculose Resistente do Ministério da Saúde, participaram da apresentação da nova atualização no tratamento da doença com resistência aos principais medicamentos. O esquema promissor apresenta diferença na composição de novos medicamentos, alinhado à recente classificação da OMS. A atualização oferece aos pacientes a possibilidade de tratamento sem medicamento injetável, o que o torna mais tolerável, e com menos riscos de reações adversas sérias como alterações auditivas e renais.
Liderado pela pesquisadora Margareth Dalcolmo, o Estudo SimpliciTB está avaliando o uso da Bedaquilina em esquemas para tuberculose sensível e multirresistente, com a perspectiva de redução do tempo de tratamento de seis para quatro meses e de dezoito para seis meses, respectivamente.
Segundo Jorge Rocha, sub-investigador do Programa de Uso Compassivo da Bedaquilina e do Estudo SimpliciTB, o Hélio Fraga foi um dos sites de Pesquisa Clínica que avaliou a Bedaquilina (TMC 207), em ensaio clínico randomizado de fase II, há cerca de uma década. Posteriormente, o Centro de Referência recebeu a Bedaquilina para uso em pacientes selecionados devido à falência clínica, pelo laboratório fabricante, no programa de uso compassivo, há cinco anos.
Sobre a nova atualização
A atualização se refere ao tratamento da Tuberculose com resistência aos principais medicamentos, especialmente à Rifampicina e à Isoniazida, fármacos mais importantes no tratamento da doença.
De acordo com Rocha, os pacientes portadores de tuberculose multirresistente eram tratados com esquemas contendo um medicamento injetável, a Amicacina ou Estreptomicina, na fase intensiva (oito primeiros meses), juntamente com mais quatro medicamentos (Levofloxacino, Terizidona, Etambutol e Pirazinamida), totalizando 18 meses de tratamento. A taxa de sucesso desse esquema, no mundo e no Brasil, é de aproximadamente 60%.
Ainda de acordo com ele, com a aquisição exitosa de novos fármacos, como a Bedaquilina e a Delamanida, foi possível padronizar novos esquemas para TBMDR, seguindo as atuais recomendações da Organização Mundial da Saúde.
A Coordenação Geral de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratórias de Condições Crônicas do Ministério da Saúde elaborou uma Nota Informativa com as novas recomendações, divulgada recentemente.
As diferenças no tratamento
O pesquisador explica que a principal diferença no tratamento está na composição dos novos esquemas padronizados, alinhada à recente classificação dos medicamentos anti-TB, divulgada pela Organização Mundial da Saúde. “Esses esquemas ainda são de longa duração (18 meses), mas com quatro medicamentos de uso oral, com maior poder bactericida: Bedaquilina, Linezolida, Levofloxacino e Terizidona. O medicamento injetável deixa de fazer parte do novo esquema padronizado, ficando disponível para a composição de esquemas individualizados”.
Por fim, Jorge Rocha destaca que o novo esquema representa para os pacientes com Tuberculose a possibilidade de tratamento sem medicamento injetável, tornando-o mais tolerável, e com menos risco de reações adversas sérias como alterações auditivas e renais.
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