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Ex-diretor da ENSP comenta indicadores necessários para retorno 100% presencial das atividades ecolares

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Publicado em:22/10/2021
Em documento elaborado na última terça-feira, Hermano Castro, ex-diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), aponta os indicadores necessários para o retorno seguro das aulas presenciais em todas as unidades escolares no Rio de Janeiro. Membro do GT Fiocruz que discute o planejamento para o retorno presencial das atividades escolares, o médico pneumologista reforça que a promoção da vacinação pode ajudar as escolas a retornarem com segurança ao aprendizado presencial, bem como às atividades extracurriculares e aos esportes. Além de destacar que todos os alunos acima de três anos devem usar máscaras e que todos os estudantes acima de 12 anos devem estar vacinados, o texto enfatiza a necessidade de manutenção das estratégias de prevenção e ações de monitoramento e vigilância. Confira.

É possível retorno presencial escolar 100% para todas as escolas?

Está claro que os alunos se beneficiam do aprendizado presencial e o retorno seguro ao ensino presencial é uma prioridade

A vacinação é a principal estratégia de prevenção de saúde pública para acabar com a pandemia de COVID-19 e para atingirmos a imunidade coletiva precisamos de 80% da população vacinada completamente (duas doses, dose única e dose de reforço). A promoção da vacinação pode ajudar as escolas a retornarem com segurança ao aprendizado presencial, bem como às atividades extracurriculares e aos esportes.

Devido à variante Delta circulante e altamente contagiosa, os especialistas recomendam o uso de máscara para todos os alunos (3 anos ou mais), trabalhadores da educação, professores e visitantes das escolas. Todos acima de 12 anos devem estar vacinados. Além do uso da máscara, recomenda-se que as escolas mantenham distância física entre os estudantes dentro das salas de aula para reduzir o risco de transmissão. Quando não for possível manter o distanciamento por problemas de logística, com uma boa infraestrutura e ventilação adequada, as escolas não devem ser totalmente reabertas 100%. Além disso, é especialmente importante utilizar várias outras estratégias de prevenção, como por exemplo o teste de triagem.

Testes de triagem, ventilação, lavagem das mãos, etiqueta respiratória, ficar em casa quando doente e fazer o teste, rastreamento de contato em combinação com quarentena, isolamento, limpeza e desinfecção são estratégias importantes de prevenção para manter as escolas seguras.

Estudantes, professores e trabalhadores da educação devem ficar em casa quando tiverem sinais de qualquer doença infecciosa e devem ser encaminhados ao serviço de saúde para testes e cuidados.
Muitas escolas atendem crianças menores de 12 anos que não são elegíveis para vacinação neste momento. Portanto, com esta condição no Brasil é necessário um maior cuidado com as crianças escolares abaixo de 12 anos, com a implementação de várias estratégias de prevenção de forma consistente para protegê-los, proteger professores, trabalhadores da educação, visitantes, membros de suas famílias e com isso apoiar e garantir a aprendizagem presencial segura.

O sistema de saúde local deve monitorar a transmissão da comunidade, a cobertura vacinal, o teste de triagem e a ocorrência de surtos para orientar as decisões sobre o nível de estratégias de prevenção (por exemplo, distanciamento físico, teste de triagem, etc.). Sou favorável a reabertura 100% presencial, mas com todas as garantias de segurança sanitária para não pôr em risco as nossas crianças, a comunidade escolar e todas as pessoas vulnerabilizadas pela pandemia COVID-19. (Ref. CDC e doc Fiocruz)

Hermano Castro (Médico pneumologista – Pesquisador titular da Fiocruz)


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