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Entendendo a dependência nacional de medicamentos importados

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Publicado em:05/03/2021


O pesquisador da ENSP, Jorge Bermudez, fala sobre dependência que o país tem da importação de insumos para fabricação de medicamentos e vacinas. No geral, o país compra fora 95% do que necessita em termos de medicamentos, e 100% para os imunizantes contra o novo coronavírus. O texto foi publicado originalmente na Revista Questão de Ciência, por Evanildo da Silveira. 


Confira, abaixo, o texto ou acesse o blog do CEE para ler na íntegra. 

*Por Evanildo da Silveira

Além de causar cerca de 2,5 milhões de mortes e do caos social e econômico que espalhou pelo mundo, a pandemia de COVID-19 escancarou uma situação que poucos brasileiros conheciam: a dependência que o país tem da importação de insumos para fabricação de medicamentos e vacinas. No geral, o país compra fora 95% do que necessita em termos de medicamentos, e 100% para os imunizantes contra o novo coronavírus. Mas nem sempre foi assim. Na metade dos anos 1980, a produção nacional atendia 55% da demanda interna.

A história da indústria farmacêutica no Brasil é antiga. Assim como em outros países, até o fim do século 19, vivia da manipulação de produtos naturais em boticas.

“No final do século 19, foi estabelecida uma articulação maior entre a pesquisa, a produção e estratégias de mercado para os produtos”, conta o médico Jorge Bermudez, chefe do Departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). “A Segunda Guerra Mundial trouxe uma expansão internacional de empresas transnacionais e até uma associação com nacionais, mas nitidamente levando a um processo de desnacionalização no Brasil”.

Durante as décadas de 1940 e 1950, houve uma política desenvolvimentista e com diminuição de importações, mas a produção nacional ainda se dava predominantemente por empresas transnacionais, caracterizando um processo de dependência externa. Só nos anos 1960 começaram a surgir mudanças. “Nessa época, houve um movimento importante, com iniciativas da sociedade civil organizada, propondo uma empresa estatal forte, atrelada à luta pela soberania nacional”, lembra Bermudez. “Ela foi denominada de Farmoquímica Brasileira S.A (Farmobrás S.A.), mas nunca chegou a ser efetivamente priorizada pelo governo”, acrescenta o médico.

Ainda de acordo Bermudez, nessa mesma década foi criado o Conselho de Desenvolvimento Industrial e seus grupos executivos (Indústria Farmacêutica e Indústria Farmoquímica). “Em 1971, surgiu a Central de Medicamentos (CEME), que durante vários anos, trabalhando conjuntamente com a Secretaria de Tecnologia Industrial, organizou propostas, parcialmente implementadas, de subsistemas de Informação, de Produção, de Distribuição, de Pesquisa Científica e de Avaliação e Controle”, diz. “A CEME teve diversas iniciativas de fortalecimento dos laboratórios oficiais de produção farmacêutica, contidas no seu Plano Diretor”. A empresa foi extinta em 1997.


Clique aqui e leia o texto na íntegra. 


Fonte: Centro de Estudos Estratégicos (CEE-Fiocruz)

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