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Cárcere feminino: '80% das mulheres encarceradas no Brasil são mães', aponta pesquisadora

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Publicado em:27/07/2018
Cárcere feminino: '80% das mulheres encarceradas no Brasil são mães', aponta pesquisadoraOlhares femininos sobre o cárcere foi tema de mais uma mesa durante o 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão 2018). Para falar sobre o assunto, que, este ano, foi tema da abertura do ano letivo na Fiocruz, estiveram presentes a pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), Maria do Carmo Leal, coordenadora do estudo "Nascer nas prisões"; e a fotógrafa Nana Moraes, autora da exposição Ausência. A mesa, coordenada pela pesquisadora do Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/ENSP), Alexandra Sanchez, abordou as condições de vida e de saúde da população feminina encarcerada. Na ocasião, Maria do Carmo apontou que 80% das mulheres encarcerados no Brasil são mães.

Maria do Carmo apresentou o estudo "Nascer nas prisões", coordenado por ela e Alexandra Sánchez, que mostra o perfil nacional da população feminina encarcerada que vive com seus filhos em unidades prisionais femininas do Brasil, além de características e práticas relacionadas à atenção, gestação e parto durante o encarceramento. Os resultados da pesquisa evidenciam sofrimento e violação de direitos humanos sofridos pelas mulheres nas prisões brasileiras, especialmente durante o parto.

Para a pesquisadora, o encarceramento deveria oferecer a oportunidade de educação, especialmente no campo da saúde reprodutiva, sexual e da puericultura. “Alternativas ao encarceramento devem ser consideradas para as gestantes, especialmente a prisão domiciliar, que, apesar de prevista na legislação brasileira, raramente é aplicada.”

Após a fala de Maria do Carmo, a fotógrafa Nana Moraes falou sobre a mostra Ausência, que retrata a realidade de mulheres presas e suas relações com filhos e familiares, construída por meio de fotografias, troca de cartas e tecidos costurados e bordados em forma de colchas, mantas e toalhas.

Nana explicou como o trabalho Ausência começou. Em 2011, a fotógrafa conseguiu as autorizações para entrar nas prisões. Foram escolhidas, pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), 18 mulheres do presídio Nelson Hungria, do Complexo de Gericinó, em Bangu, no Rio de Janeiro. “Por intermédio dessas mulheres, o trabalho foi construído. Elas puderam falar novamente com seus filhos, os quais não viam há anos, valendo-se de fotografias e cartas”, contou Nana.

Confira, abaixo, um trecho da fala de Maria do Carmo Leal. 
 

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