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Uso do mercúrio na odontologia pauta seminário internacional na ENSP

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Publicado em:08/11/2017

Uso do mercúrio na odontologia pauta seminário internacional na ENSPO uso do mercúrio em amálgama dentário e seus potenciais riscos toxicológicos à saúde, no âmbito do trabalho e no ambiente, vêm recebendo destaque especial no Brasil e demais países signatários da Convenção de Minamata. Comprometidos a tomar medidas específicas para a redução, controle e eliminação do metal em processos industriais, artesanais e de serviço, os países têm suscitado discussões sobre o banimento ou uso seguro do mercúrio visando à redução do risco não apenas destinado a pacientes e profissionais, mas também ao meio ambiente. O tema estará na pauta do seminário internacional Os Aspectos Toxicológicos do Mercúrio sobre a Saúde Humana e o Ambiente, promovido, nos dias 9 e 10 de novembro, pelo Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente (PSPMA), da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), em parceria com a International Academy of Oral Medicine and Toxicology, capítulo Brasil. Acesse a programação do seminário na íntegra. Faça a inscrição aqui.

O seminário ocorre no contexto da ratificação da Convenção de Minamata no Brasil e na controvérsia a respeito do uso da amálgama, historicamente atravessada por duas linhas teóricas básicas: a primeira defende o banimento do mercúrio e afirma não haver uso seguro do metal presente na lista das Nações Unidas como uma das dez substâncias químicas que mais ameaçam a saúde do planeta; e a outra cuja argumentação alega a possibilidade do uso seguro, durabilidade, baixo custo e ausência de material restaurador odontológico substitutivo à amálgama (liga metálica que contém mercúrio).

"Esse assunto é trazido para debate de modo ampliado, entendendo não ser possível discutir o tema somente no escopo da odontologia. Em vez de apoiarmos uma corrente teórica ou outra, organizamos as palestras em tópicos que se referem à exposição ao mercúrio de forma global. No segundo dia do evento, tocamos em aspectos específicos da odontologia buscando uma reflexão crítica sobre o uso da amálgama", afirmou Eliana Napoleão, dentista de formação, pesquisadora do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP/Fiocruz) e organizadora do evento com a coordenadora do PSPMA, Liliane Teixeira.

Conforme afirma Martha Faissol, representante brasileira do International Academy of Oral Medicine and Toxicology, a evolução da ciência prova que o mercúrio se desprende da obturação a cada troca de temperatura na boca, alternância de PH e brunimento das obturações. Ela, que integra um grupo de trabalho que atua há mais de 30 anos no país alertando para os riscos da exposição ao mercúrio, comenta os riscos futuros. “Se a saúde pública do Brasil decidir não usar mais o mercúrio hoje, reconhecendo que faz mal ao ambiente, ao paciente e ao profissional, levaremos mais de 200 anos para remover o metal. Ainda que haja o banimento, deveremos ter protocolos de segurança para remoção de restaurações odontológicas de amálgama”, afirmou.

O mercúrio no organismo

Em altos teores, o mercúrio pode prejudicar o cérebro, o fígado, o desenvolvimento de fetos e causar vários distúrbios neuropsiquiátricos. O sistema nervoso humano é também muito sensível a todas as formas de mercúrio que, ao ser inalado sob a forma de vapor ou ingerido, atinge diretamente o cérebro, podendo causar irritabilidade, timidez, tremores, distorções da visão e da audição, além de distúrbíos de memória. Pode haver, também, problemas nos pulmões, náuseas, vômitos, diarreia, elevação da pressão arterial e irritação nos olhos, pneumonia, dores no peito, dispneia e tosse, gengivite e salivação.

Regulação no mundo

A Noruega proibiu a amálgama dentária em 2008. A Suécia proibiu o uso da amálgama dentária para todos os fins em 2009, e a Dinamarca, Estônia, Finlândia e Itália usam menos de 5% em restaurações dentárias. O Japão e a Suíça também restringiram ou praticamente proibiram a amálgama dentária. A França recomendou a utilização de materiais dentários alternativos sem mercúrio para mulheres grávidas; e a Áustria, Canadá, Finlândia e Alemanha reduziram o uso da amálgama para mulheres grávidas, crianças e pacientes com problemas renais.

Uso do mercúrio na odontologia pauta seminário internacional na ENSP

Serviço:

Seminário internacional Os Aspectos Toxicológicos do Mercúrio sobre a Saúde Humana e o Ambiente
Dia: 9 e 10 de novembro
Local: Escola Nacional de Saúde Pública / auditório terreo
Endereço: Rua Leopoldo Bulhões 1480, Manguinhos
Inscrição: 
http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/seminario-inter/


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