INFORME ENSP

O segundo dia de atividades (9/12) do 1º Colóquio Brasil Cuba de Formação em Saúde Pública debateu a formação em Saúde Pública em Cuba e os desafios à formação no contexto do Programa Mais Médicos. Os pesquisadores e professores da Escola Nacional de Saúde Pública de Cuba (ENSAP) Lázaro Diaz, Carmen Arocha e Carlos Raúl del Pozo falaram sobre a pertinência, qualidade e internacionalização da formação em Cuba. O modelo de formação da ENSAP, o enfoque gerencial da formação e a formação dos formadores em Saúde Pública foram os tópicos abordados pelos três palestrantes, respectivamente. No contexto do Programa Mais Médicos, João Marcelo Goulart e Roselia Díaz, ambos médicos que atuam no programa, trataram da importância da formação cidadã para os profissionais da saúde e suas experiências de atuação, através desta iniciativa, em comunidades do Rio de Janeiro.

Lázaro Diaz apresentou a Formação na Escola Nacional de Saúde Pública de Cuba e seu modelo de formação. Segundo ele, a missão da ENSAP é preservar, desenvolver e promover a cultura universal, especialmente a relacionada com a Saúde Pública, através da educação de pós-graduação, aliada a gestão do conhecimento em Saúde Pública. “Somos uma instituição acadêmica de referência internacional na formação, investigação e difusão de saúde pública, especialmente em relação à gestão da saúde”, destacou. No contexto do enfoque gerencial promovido pela Escola, Carmen Arocha citou os mais de quatro mil materiais didáticos já produzidos pela ENSAP e apresentou uma pesquisa realizada de 2000 a 2015 sobre a reengenharia dos processos de formação de especialistas.

A Formação dos formadores em Saúde Pública foi apresentada por Carlos Raúl del Pozo, que citou as bases do modelo cubano de saúde universal, que segue os moldes da Estratégia de Atenção Primária à Saúde (APS) e possui uma rede pública integrada de serviços de saúde, com foco na promoção e prevenção da saúde, nos determinantes sociais da saúde e na proteção social em saúde. A mesa Formação em Saúde Pública em Cuba: pertinência, qualidade e internacionalização foi moderada pela pesquisadora do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde da ENSP Maria Helena Mendonça.

Confira no vídeo a íntegra das exposições.



As caras do Programa Mais Médicos

No contexto do Programa Mais Médicos, João Marcelo Goulart e Roselia Díaz, médicos do Programa que atuam na Estratégia de Saúde da Família deram seus depoimentos. Brasileiro, João Marcelo cursou a faculdade de medicina em Cuba e ressaltou que a formação cidadã que recebeu lá faz toda a diferença em sua atuação profissional. João é médico do Centro Municipal de Saúde Albert Sabin, localizado na comunidade da Rocinha no Rio de Janeiro. Atualmente trabalha em umas das 25 Equipes de Saúde da Família que atendem 100% da população do território. Segundo ele, são aproximadamente quatro mil pacientes, entre eles, cerca de 20 grávidas e centenas de crianças, apenas na área em que ele trabalha. João Goulart ressaltou o trabalho dos Agentes Comunitário de Saúde (ACS) e enfatizou que sem eles o trabalho com as famílias seria impossível.

Cubana por nacionalidade e por formação, Roselia Diaz deu um depoimento emocionado sobre a sua chegada ao Brasil através do Programa Mais Médicos e também afirmou que são os Agentes Comunitários de Saúde que possibilitam todo o trabalho realizado nas comunidades do Rio. Atualmente Roselia é médica da Estratégia de Saúde da Família e atua na Clínica da Família Felipe Cardoso, localizada no bairro da Penha, no Rio de Janeiro. Desde que chegou ao Brasil, Roselia já atendeu mais de 20 gestantes e ressaltou que o carinho que vem recendo de seus pacientes é o que a motiva a continuar cuidando e amando seus pacientes. A mesa Desafios à formação em Saúde Pública no contexto do Programa Mais Médicos foi moderada pelo diretor da ENSP, Hermano Castro que finalizou as atividades dizendo que tem orgulho de saber que existem médicos brasileiros que pensam no ser humano.

Confira a íntegra da atividade.